COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Desde o dia 10 de julho acontece na cidade de Goiás – GO a 1ª etapa do curso de Residência Agrária/Pós-graduação em Direitos Sociais do Campo, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás - UFG. Esta turma é fruto da luta histórica pela educação do campo e por uma Universidade pública plural, que supere a dicotomia teoria-prática e se referencie nas realidades concretas dos sujeitos e dos movimentos sociais.

 

(da equipe pedagógica do Curso)

 

O campus UFG da cidade de Goiás entrou para a história das lutas sociais do campo ao acolher a proposta dos movimentos sociais para a realização da Turma de Graduação em Direito para beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares Tradicionais - Turma Evandro Lins e Silva, que colou grau em 11 de agosto de 2012, avançando na ocupação da universidade como espaço fundamental de disputa de projetos de educação e de sociedade, com a contribuição direta dos movimentos sociais.

 

Os/as educandos/as do curso de pós graduação são beneficiários/as do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA e profissionais que tenham experiências serviços de assessoria técnica ou outra forma de inserção em áreas de reforma agrária. A turma é composta por 57 estudantes, sendo 23 egressos da Turma Evandro Lins, oriundos de 14 estados do país, com graduação em diversas áreas do conhecimento, assegurando a interdisciplinaridade e a diversidade sócio-cultural. Ao adotar uma metodologia fundada na educação popular e no materialismo histórico dialético, a Residência Agrária da UFG assume a construção coletiva de conhecimentos e participação como condições fundamentais na luta pelos direitos sociais historicamente negados aos povos do campo.

 

Segundo a coordenadora pedagógica e integrante da direção nacional do MST, Rosana Cebalho Fernandes, “esta turma significa mais uma conquista pelos direitos dos/as camponeses/as no processo de escolarização. A construção coletiva de um projeto como este, no qual temos clareza da responsabilidade política para cada parceiro: universidade, movimentos sociais, PRONERA/CNPQ; torna maior a “boniteza” de um resultado que seja o mais próximo do proposto inicialmente. Dessa maneira, o grande desafio apresentado para todos, estudantes especialmente, é a articulação do Tempo Escola e do Tempo Comunidade, construindo a relação teoria-prática-teoria, que acrescente elementos reflexivos e de proposituras possíveis para as mudanças almejadas”.

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