Cerca de 700 atingidos por barragens de 15 estados brasileiros estão reunidos desde ontem (8 de abril), em Brasília, para o Encontro Nacional da Juventude – pelos direitos dos atingidos por barragens e por um projeto energético popular. O evento, organizado pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), está sendo realizado no Centro Comunitário Athos Bulcão, na Universidade de Brasília (UnB).
Cerca de 700 atingidos por barragens de 15 estados brasileiros estão reunidos desde ontem (8 de abril), em Brasília, para o Encontro Nacional da Juventude – pelos direitos dos atingidos por barragens e por um projeto energético popular. O evento, organizado pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), está sendo realizado no Centro Comunitário Athos Bulcão, na Universidade de Brasília (UnB).
Na abertura realizada na parte da tarde de ontem, dezenas de representantes de movimentos sociais, entidades, sindicatos e governo estiveram presentes. Também esteve presente Dom Tomás Balduíno, histórico lutador junto aos camponeses brasileiros. O bispo lembrou a ação do Ministério Público Federal, que pediu a anulação do leilão de Belo Monte, e toda a mobilização dos movimentos sociais na região e no país contra esta barragem. Segundo o bispo, Belo Monte é uma farsa para satisfazer o interesse do grande capital, destruindo um santuário do Brasil em benefício de meia dúzia de grandes empresas.
Joceli Andrioli, da coordenação nacional do MAB, iniciou sua fala dando as boas vindas a todos os jovens atingidos e atingidas que viajaram longas distâncias até chegarem a Brasília. Ele também agradeceu a presença de todos os parceiros do MAB presentes no Encontro e alertou para a dificuldade do momento conjuntural que a classe trabalhadora está passando, onde o modelo econômico explora cada vez mais os trabalhadores e a natureza. “O atual setor elétrico está a serviço do modelo econômico adotado para o Brasil e o MAB defende um novo modelo onde a energia esteja sob controle e a serviço do povo brasileiro”.
Joceli também questionou o Estado brasileiro, que através do BNDES tem viabilizado e financiado as grandes barragens. “Enquanto que os atingidos por barragens vivem em estado de calamidade, as empresas garantem seus lucros com as garantias do Estado”, afirmou ele.
Já o representante do INCRA, Celso Lacerda, responsável pela política de cadastramento dos atingidos por barragens, disse que até o final de abril e início de maio o INCRA pretende encerrar o cadastramento dos atingidos por barragens sem terra. “Teremos um mapa dos atingidos por barragens do Brasil e por qual barragem eles são atingidos. Isso será importante para definirmos um conceito de atingido para a sociedade brasileira saber o tamanho do problema causado por estas obras.
O representante da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gerson Almeida, esteve em nome do Ministro Luiz Dulci, nomeado pelo presidente Lula para atuar no encaminhamento da pauta de reivindicação apresentada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens. “Ao longo do tempo, o MAB tem qualificado sua intervenção nas reivindicações apresentadas ao governo federal”, afirmou. Ele mencionou as respostas do governo que o presidente Lula apresentou às reivindicações do MAB, durante audiência entre o Movimento e o presidente, realizada em 4 de fevereiro deste ano.
Na programação de hoje, está a análise de conjuntura geral e a análise de conjuntura energética. Luiz Dalla Costa, da coordenação nacional do MAB e o professor Dorival Junior, da Universidade Federal de Mato Grosso, farão as exposições. Além disso, na tarde de hoje também participam representantes do Sindicato dos Eletrecitários de Santa Catarina (Sinergia), da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia.