COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Na última sexta-feira (05/07), organizações e movimentos sociais do campo se reuniram com a Presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília.

 

(MST)

Organizações como a Contag, MST, Via Campesina e Fetraf cobraram da presidente mais agilidade e menos burocracia na realização de políticas para o campo. “É urgente e necessário que o governo se desburocratize. Só diálogo não basta, tem que ter execução das políticas”, ressaltou Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST.

 

Para os movimentos é preciso que o governo realize uma “ampla e massiva” Reforma Agrária no país. Eles também criticaram o modelo de agronegócio, que hoje concentra 47% do território brasileiro para produção de monocultivos.

 

“O modelo do agronegócio brasileiro, que produz majoritariamente com vistas à exportação, não atende às necessidades do campesinato. Somente a realização da Reforma Agrária no Brasil, garante a produção de alimentos saudáveis e traz qualidade de vida ao povo brasileiro”, afirma Conceição.

 

Durante a reunião a presidenta Dilma Rousseff fez uma breve análise de conjuntura e se comprometeu em promover a agilidade do governo com a Reforma Agrária, sinalizando que esta tem que ser desenvolvida para gerar fonte de renda ao camponês.

 

Privatização

Os direitos dos povos do campo foram pautados ainda pela recuperação da soberania nacional sobre as terras brasileiras, onde trabalhadores e trabalhadoras se veem ameaçados pela privatização dos perímetros irrigados no semiárido e privatização do petróleo, cujos leilões irão afetar mais de 70 assentamentos que estão dentro das áreas leiloadas.

 

O Código da Mineração, cujo projeto tramita no Congresso Nacional, também é alvo de preocupação dos movimentos sociais. Para Conceição, “o Governo precisa travar um amplo debate nacional com os trabalhadores brasileiros, para produzir um novo código de acordo com os interesses do povo brasileiro”. Durante a reunião com a presidenta foi entregue uma carta cobrando com regime de urgência a parada da alteração do novo código.

 

Plebiscito

As organizações e movimentos sociais defendem o plebiscito popular, por uma democracia participativa, pois entendem que as mudanças para melhorar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade devem ser feitas com a participação do povo brasileiro e não pelos interesses do capital.

 

Conceição comenta que para que ocorram estas mudanças o Governo precisa superar sua postura conservadora de apoiar o agronegócio e promover ações contra esse modelo de agricultura, que utiliza grandes quantidades de agrotóxicos e transgênicos, além de fortalecer o campesinato, que é quem trabalha e produz o alimento do povo brasileiro.

 

“É momento do governo superar e avançar sua postura conservadora no ritmo que as lutas populares estão exigindo. Estamos nos preparando para a mobilização do dia 11 e seguiremos cobrando nossa pauta que só vai sair com lutas, principalmente a Reforma Agrária, que não está no centro do debate e das questões do governo Dilma”, ressalta Conceição.

 

A presidenta afirmou que o plebiscito da reforma política deve ser debatido pela população e que não será realizado como um referendo no qual o povo não participa, apenas diz que sim ou que não, e isso não resulta em propostas de contribuição concretas.

 

Além do MST, participaram também os seguintes movimentos: Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF), Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), e o Movimento Camponês Popular (MCP).

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