COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Cansadas de esperar ações efetivas do Executivo, cerca de 250 famílias quilombolas de Brejo dos Crioulos, em Minas Gerais, retomaram nesta madrugada, mais uma fazenda em área de território tradicionalmente ocupado.

 

 

 

Pela demora do executivo em executar a desintrusão dos fazendeiros do território Brejo dos Crioulos, já desapropriado desde 29 de setembro de 2011, cerca de 250 famílias quilombolas do Brejo retomaram, na semana passada, a última fazenda de Raul Ardito Lerário, e, nesta madrugada, retomaram a Fazenda de João Gonçalves. Ambas situam-se dentro do território de Brejo dos Crioulos.

 

Nove grandes proprietários detêm em torno de 77% da área do território, sendo eles:

 

1 - Raul Ardito Lerário                       -  retomada pelos quilombolas;

2 - Miguel Véo Filho                          -  retomada pelos quilombolas;

3 - João Gonçalves Godinho              -  retomada pelos quilombolas;

4 - Fazenda de José Maria                 -  retomada pelos quilombolas;

5 - Fazenda de Névio                         -  retomada pelos quilombolas;

6 - Fazenda de Moacir Rodrigues      -  retomada pelos quilombolas;

7 - Fazenda Vista Alegre de Albino    -  não retomada;

8 - Fazenda Bonanza de Godinho       -  não retomada;

9 - Fazenda Dinizlândia                       - não retomada.  

 

Quase dois anos após a assinatura do decreto, os quilombolas ainda não obtiveram a desintrusão dos proprietários da área e sua titulação. Só estão conseguindo a posse do território mediante as retomadas. Isso demonstra e prova que as retomadas só ocorrem pela Não Ação do Executivo. 

 

São treze anos de luta e infelizmente os conflitos ocorridos no Brejo tem como seu maior responsável, o governo federal. As ocupações pelo visto continuarão, já que o INCRA sucateado e com sua morosidade, levará tempo para efetivar o decreto já assinado.

Esperamos que violências várias, já ocorridas e denunciadas, não venham a se repetir.

 

Quilombolas Presos:continuam presos 4 quilombolas de Brejo dos Crioulos. Já são 8 meses de cárcere e, segundo as organizações locais, não existem provas que eles cometeram algum crime. O processo criminal está em andamento e a Juíza deverá ou não aceitar a ação do MP para Júri Popular.  

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