Mais de 9,6 toneladas de produtos orgânicos devem chegar às escolas e creches de Nova Santa Rita (RS) até julho. Em forma de rodízio, um grupo de 20 famílias assentadas entregará os alimentos semanalmente.
Mais de 9,6 toneladas de produtos orgânicos devem chegar às escolas e creches de Nova Santa Rita (RS) até julho. Os hortifrutigranjeiros são produzidos em assentamentos, e começam a ser distribuídos na próxima semana.
Em forma de rodízio, um grupo de 20 famílias assentadas entregará, semanalmente, alface, repolho, moranga, batata-doce, cenoura, tempero verde (salsa e cebolinha), beterraba, pimentão, alho, couve, espinafre, brócolis, aipim, rabanete, vagem, agrião, rúcula, além de cubos de carne suína (pernil) e frutas como bergamota e maracujá.
A distribuição será feita pelos próprios assentados diretamente às escolas. “Além de um produto orgânico, que respeita a vocação agrícola da região, os alunos terão um alimento mais novo. O fato de ser produzido próximo facilita a entrega, gerando economia e qualidade, pois assim, no dia seguinte à colheita o alimento já está nas escolas”, salienta a nutricionista Arlete Gonçalves, da Secretaria Municipal de Educação.
Os produtos alimentarão cerca de 4 mil estudantes da rede municipal de ensino de Nova Santa Rita. Ao todo, são 13 escolas de ensino fundamental e três de educação infantil, que oferecem lanches nos turnos da manhã e tarde. Duas escolas também fornecem almoço aos alunos.
A comercialização com o município faz parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar. A iniciativa atende a lei federal nº 11.947/2009, que determina que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Educação (FNDE) para alimentação escolar, seja investido na compra de produtos da agricultura familiar e Reforma Agrária.
Desenvolvimento
As famílias assinam os contratos com a prefeitura nesta quarta-feira (31/3). “Este mercado é uma conquista para nós, porque vai garantir uma renda mensal à família”, comemora o assentado Adir Bourscheid, que distribuirá, entre outros produtos, em torno de 800 pés de alface por mês às escolas.
Com a abertura de mais este mercado, ele espera aumentar a renda familiar em mais dois salários mínimos e investir o dinheiro na expansão da produção. Ele pretende ampliar os canteiros de 1,5 para 2 hectares ainda este ano. “Como a gente tem garantia de venda, vamos poder produzir mais”, afirma Bourscheid.
As famílias foram selecionadas por meio de licitação para aquisição de produtos da reforma agrária e agricultura familiar para alimentação escolar, realizado pela prefeitura no início do ano.
A expectativa dos assentados é continuar abastecendo as escolas também no próximo semestre. “É o nosso primeiro contrato, que vai até julho. É um período inicial, onde poderemos organizar o trabalho. Com a experiência, em uma próxima licitação poderemos até incluir outros itens que já produzimos”, explica Sandra Rodrigues, assistente social da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec).
A Cooperativa – que também presta assistência técnica aos assentamentos de Nova Santa Rita – é a entidade articuladora das famílias no Programa de Alimentação Escolar.