Num encontro de muito conteúdo político e cheio de emoções, indígenas, quilombolas e camponeses conseguiram avançar com propostas unitárias de luta pela vida, terra e territórios, durante a atividade que foi organizada pelo Tribunal Popular da Terra/MS, em parceria com a Comissão Regional de Justiça e Paz, no distrito de Dourados/MS em 10 e 11 de novembro.
Fonte: Tribunal Popular da Terra/MS
Os Povos da Terra do MS, junto com os movimentos estudantis, organizações de Defesa de Direitos Humanos, representantes de universidades, organizações sociais e políticas populares, militantes de pastorais sociais, Comunidades Eclesiais de Base, artistas, e individualidades, partilharam seus anseios de liberdade e independência das cadeias da opressão e violência que os atinge por conta da concentração fundiária e o poder do agronegócio no Estado.
Desde o inicio do encontro a chama da Unidade estava presente. Uma chamada dos próprios protagonistas da luta por terra e territórios que foi lançada em março deste ano durante o Tribunal Popular da Terra: O Estado brasileiro, o Latifúndio e o Agronegócio no Banco dos Réus, realizado em Campo Grande. Sendo parte de um processo, os representantes das diferentes organizações do campo e das cidades aprofundaram o debate sobre a Unidade, tendo como eixo de discussão o tema: Efeitos do Capital sobre os Povos da Terra.
A partir de oficinas sobre os agrotóxicos e a cana e seus impactos e os processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas; e de analises das realidades expostas pelos próprios camponeses, indígenas e quilombolas o encontro avançou na visualização do inimigo comum e a definição de prioridades em prol da vida e dignidade. Uma chamada à Unidade divulgada durante o encontro fala da necessidade de que “com o coração aberto e as mãos cheias de esperança” os Povos da Terra, juntos com os demais movimentos populares de MS possam “reorientar as nossas lutas comuns de cara a um novo horizonte através de um calendário de lutas unificadas” em busca de “uma aliança e unidade duradouras pela terra, território, justiça, dignidade e futuro; em fim pela vida”.
Do encontro saíram propostas e compromissos concretos com as quais os Povos da Terra do MS deram um passo fundamental na busca de Unidade e fortalecimento de suas lutas, sobre tudo mais abraçado à causa indígena.