Local de maior garimpo a céu aberto do mundo, a Serra Pelada, no sudeste paraense, registrou inúmeros conflitos envolvendo aproximadamente 15 mil garimpeiros desde os primeiros anos da década de 1980. Eles exigiam o controle da extração por uma cooperativa e a redefinição dos limites de profundidade da lavra manual contra o trabalho da Companhia Vale do Rio Doce na região. Em 28/12/1987, os garimpeiros bloquearam a ponta sobre o rio Tocantins interrompendo as passagens inclusive da Ferrovia Carajás.
Por ordem direta do governador do Pará, Hélio Gueiros, sem aguardar ou tentar negociação, uma tropa com 360 soldados da Polícia Militar cercou pelos dois lados a ponte ocupada pelos garimpeiros e começou a disparar, deixando três mortos confirmados, mais de 70 desaparecidos e outros inúmeros presos que assim permaneceram até que marcas de espancamento desaparecessem, além de outros tantos que saltaram a ponte para fugir dos tiros. Até a década de 1990 surgiria o movimento SOS Serra Pelada congregando a Associação dos Moradores, o Sindicato dos Garimpeiros de Marabá e a Associação de Pais e Mestres para viabilizar o trabalho no local e o massacre permaneceu sem dados precisos.