O fazendeiro Clemente de Almeida Souza Neto, conhecido como “Quele”, proprietário de terra conflitando com 52 famílias na Gleba União e 200 na Pingo D’Água desde a entrada dos posseiros na terra em 1985, efetuou diversos ataques, com ameaças, tentativas de assassinato e assassinatos. No dia 15/10/1990 atacou uma família, torturando e matando quatro pessoas: Creuza Cardoso de Oliveira, Franciene, José P. Martins de Souza e Raimundo Ferreira de Souza. No caso de Franciene, em um ato de perversidade, os criminosos deceparam e partiram ao meio sua cabeça, que foi transportada há um quilômetro de distância.
Com a prisão decretada, o fazendeiro só foi encontrado pelo policiais civis de Sinop enquanto viajava para o estado do Tocantins. Exatamente um ano após o crime, o caso foi submetido a júri popular, que condenou Quele a 67 anos de prisão e o jagunço Sinval do Nascimento França a 35, constituindo o primeiro caso de assassinato contra posseiros em que o mandante do crime foi julgado e condenado no estado de Mato Grosso. Menos de dois anos depois, por meio da corrupção de um policial militar, ambos fugiram da penitenciária e se mantiveram foragidos. A CPT acompanhou e denunciou cada novo fato do caso.