O trabalho de Maria Tereza com alimentos orgânicos em Silvânia, município de Goiás, há vinte anos, a fez ficar curiosa diante das sementes crioulas expostas pelo aposentado Isac Miola. Essa exposição acontece na Tenda de Artesanato, onde vários participantes do IV Congresso Nacional da CPT, em Porto Velho (RO), vendem ou adquirem lembranças.
(Equipe de Comunicação João Zinclar - IV Congresso Nacional da CPT
Imagem: Joka Madruga )
Com a força da ação em cooperativa, Maria Tereza se orgulha em dizer que, junto com produtores vizinhos, faz comida saudável e certificada chegar para a população de Brasília, Goiânia e Anápolis.
“Escuto as pessoas dizendo que não vale a pena acreditar nos orgânicos pelo tempo que leva para crescer. Mas eu acredito que falta conhecimento pra perceber as alternativas e saber como fazer”, explica Maria, e conta orgulhosa sobre as orientações e materiais que divide com outros que pretendem investir em produção livre de agrotóxicos.
Já os mais de 300 tipos de sementes crioulas como as de feijão, arroz e milho, que brotam nas terras de Isac, tem uma missão: serem compartilhadas gratuitamente. O caminho encontrado por ele para espalhar essa ideia foram atividades que reúnem trabalhadores rurais, mas “os pequenos produtores mesmo”, como ele diz.
“Eu já nem preciso produzir nada para vender. Faço isso [produção das sementes] num espaço pequeno para que outros levem pra plantar e se multiplique a quantidade de alimento sem agrotóxico”, ressalta.
Com apoios como da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outras organizações parceiras de trabalhadores rurais, as sementes crioulas de Isac vão se espalhando.
No Congresso da CPT, sob a tenda das partilhas, dos artesanatos e exposições, outros encontros ocorreram e ainda irão ocorrer até a sexta-feira, 17.
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