Comissão Pastoral da Terra integra as mobilizações internacionais do dia 8 de março pautando a realidade das mulheres do campo em materiais que serão divulgados durante o mês.
(Por Assessoria de Comunicação da CPT)
Durante o mês de março, em sintonia com as lutas e mobilizações organizadas em motivo do Dia Internacional da Mulher, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) realiza uma série temática de publicações que pauta a diversidade de realidades das ‘’Mulheres do Campo’’. A sequência temática de conteúdos teve início no último domingo (05/03) e prossegue até o fim do mês.
O objetivo dessas ações de comunicação temáticas é o de, primeiramente, dar visibilidade a uma dimensão das lutas camponesas que ainda é pouco difundida e endossada politicamente: as demandas políticas e sociais das mulheres do campo brasileiro. Uma das primeiras publicações da série narra, por exemplo, o nascimento da ‘’Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia’’, manifestação que teve sua primeira edição organizada e planejada por lideranças femininas na Paraíba.
Vídeos e textos que resgatam a história de mulheres camponesas do passado e do presente também estão previstos para o mês. De Dorothy Stang a Roseli Nunes, as mártires da luta serão, mais uma vez, lembradas e terão suas trajetórias difundidas.
Para Cristiane Passos, assessora de comunicação da secretaria nacional da CPT, o 8 de março é um dia de luta das mulheres pela garantia de seus direitos. ‘’Dia de lembrar das que lutaram antes de nós e os desafios que ainda temos a enfrentar. Dia de visibilizar todas as mulheres e a usurpação de direitos que elas enfrentam todos os dias.’’
Sobre a importância de pautar as realidades camponesas, Cristiane complementa: ‘’As mulheres do campo, da mesma forma, enfrentam muitos desafios. Machismo, misoginia, violência, falta de acesso a políticas públicas, falta de espaço nas instâncias políticas e de decisões também pertinentes a vida delas. Essa série é muito importante para trazer cada vez mais à tona essas discussões, mostrar que de uma vez por todas precisamos ter direitos iguais e nesse ano, em específico, voltar a denunciar o golpe, comandado por homens, que com seus projetos de desmonte dos direitos sociais, vai prejudicar principalmente as mulheres, e mais ainda as mulheres do campo.’’
Vanúbia Martins, agente pastoral de Campina Grande (PB) e coordenadora da CPT do regional Nordeste II, também nos deixa seu depoimento sobre o momento político de lutas que vivemos:
Sobre a marcha das mulheres, em tempos de perda de direitos e desconstrução das lutas, lembro do que nos disse Lia de Itamaracá: “A Ciranda não para, gira de mulheres, todas marchando para um sentimento de união. Avante mulheres, juntas somos mais forte.” E assim é, cada dia que nos somamos umas às outras e damos visibilidade aos nossos fazeres pela vida e pelos sonhos de uma humanidade mais justa, somos mais fortes.
A caminhada é um momento de gritar nossas histórias, a organização das mulheres é o espaço de buscar forças umas nas outras para superar o machismo nosso de cada dia. Neste 08 de março o machismo institucional, capitaneado pelos golpistas, nos faz ver que ou gritamos coletivamente por nossos direitos, ou seremos ainda mais pisoteadas por este sistema que oprime e mata as mulheres.
A série ‘’ Mulheres do Campo’’ está sendo realizada exclusivamente pelos canais digitais da CPT, incluindo seu site, sua página do facebook, seu perfil no twitter e seu canal do youtube. Acompanhe, interaja e compartilhe.