Participantes do 1º Encontro da Tenda dos Povos do Cerrado, que ocorreu entre os dias 16 e 18 de novembro, na Praça Universitária, em Goiânia (GO), caminharam em defesa do Cerrado na última sexta-feira, 18, até a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), onde esperavam ser recebidos por parlamentares estaduais, o que não aconteceu.
(Imagem/Texto: Elvis Marques, Coletivo de Comunicação do Cerrado/CPT)
A partir das discussões nos três dias de eventos, os/as participantes, vindos de todos os cantos do estado de Goiás, produziram dois documentos com reivindicações relacionadas ao Cerrado.
Fábio José, da coordenação da Comissão Pastoral da Terra em Goiás (CPT-GO), lamentou nenhum parlamentar e nem representante do governo estadual comparecer na Alego para ouvir e receber as reivindicações do povo do Cerrado. “Vamos criar uma comissão das organizações para passar de gabinete em gabinete para entregar esses documentos, já que nenhum [parlamentar] saiu da Assembleia para receber a pauta”, ressaltou o coordenador.
A única deputada estadual que esteve no evento foi Adriana Accorsi (PT), que mediou Audiência Pública no primeiro dia de evento.
Confira abaixo os dois documentos na íntegra:
Pauta de reivindicações à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás
Comunidades rurais e urbanas provenientes de vários municípios do estado de Goiás reuniram-se nos dias 16 a 18 de novembro de 2016, na Praça Universitária, em Goiânia, no 1º Encontro da Tenda dos Povos do Cerrado, a fim de discutirem as causas e os problemas decorrentes da exploração dos recursos do Cerrado, como também buscarem alternativas comuns na caminhada em defesa do que resta do bioma em Goiás, devastado por atividades de mineração e dos monocultivos que tratam a terra, água, as sementes e os modos de produção apenas como lucro e mercadoria.
As comunidades sofrem no dia a dia as consequências desse modelo devastador com a falta de água, o uso indiscriminado de agrotóxicos, a poluição do ar e dos rios e o aumento das doenças respiratórias e cancerígenas. Dessa forma, sentem que não podem ficar à mercê desse modelo econômico como se ele fosse a única alternativa possível para o Planeta Terra. Diante disso, assumem compromissos em defesa do Cerrado, Berço das Águas, e propõem novas práticas e ações que garantirão a sustentabilidade deste planeta para as gerações atuais e as futuras.
Porém, entendem que o poder público é, assim como a sociedade civil, responsável pela preservação do Cerrado e apresentamos a esta Casa Legislativa a seguinte pauta de reivindicações:
Cobrar e fiscalizar o poder Executivo para a definição, demarcação e regularização da área do Parque Estadual Serra Dourada, nos municípios de Goiás, Mossâmedes e Buriti de Goiás;
Fiscalizar junto aos órgãos competentes do estado a:
*A liberação de outorgas de água para empreendimentos do agro e hidronegócio;
*O cumprimento da Lei de agrotóxicos;
*Reapresentar o Projeto de Lei que trata do fim da pulverização aérea de agrotóxicos em Goiás;
*Cobrar do governo do estado de Goiás a imediata regulamentação da Lei Estadual de Educação do Campo;
Pauta de reivindicações ao Congresso Nacional
Comunidades rurais e urbanas provenientes de vários municípios do estado de Goiás reuniram-se nos dias 16 a 18 de novembro de 2016, na Praça Universitária, em Goiânia, no 1º Encontro da Tenda dos Povos do Cerrado, a fim de discutirem as causas e os problemas decorrentes da exploração dos recursos do Cerrado, como também buscarem alternativas comuns na caminhada em defesa do que resta do bioma em Goiás, devastado por atividades de mineração e dos monocultivos que tratam a terra, água, as sementes e os modos de produção apenas como lucro e mercadoria.
As comunidades sofrem no dia a dia as consequências desse modelo devastador com a falta de água, o uso indiscriminado de agrotóxicos, a poluição do ar e dos rios e o aumento das doenças respiratórias e cancerígenas. Dessa forma, sentem que não podem ficar à mercê desse modelo econômico como se ele fosse a única alternativa possível para o Planeta Terra. Diante disso, assumem compromissos em defesa do Cerrado, Berço das Águas, e propõem novas práticas e ações que garantirão a sustentabilidade deste planeta para as gerações atuais e as futuras.
Porém, entendem que o poder público é, assim como a sociedade civil, responsável pela preservação do Cerrado e apresentamos a esta Casa Legislativa a seguinte pauta de reivindicações:
Realização de Audiências Públicas em defesa do Cerrado, pautando a PEC 504/2010, que reconhece o Cerrado e a Caatinga como Patrimônio Nacional.
Aprovação do PRONARA – Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos;
Participantes da tenda dos Povos do Cerrado
Goiânia-Goiás, 18 de novembro de 2016.