A alvorada começou na madrugada, as 4 da manhã dessa sexta-feira, com uma mística, relembrando os últimos dias da irmã Dorothy. Logo em seguida, saímos em caminhada para o segundo dia da 13ª Romaria da Floresta, procissão, nas ruas da cidade cobrando justiça pelas vítimas que foram assassinados por necessitarem de um pedaço de terra.
(Rafael Gomes / MAB)
"Vivemos em uma sociedade desigual, aonde uns tem tantos e outros nada, e quem luta por um pedaço de terra aqui, é brutalmente assassinado e esquecido pela justiça, estamos numa conjuntura que os trabalhadores e lideranças são perseguidos, é injusto o que estão fazendo", afirma Edsangela Barros.
Durante a Romaria, parávamos nos locais em que os trabalhadores perderam a vida, relembrando que esses trabalhadores têm voz, temos que ser a voz dos que se foram, dos que estão presos.
A primeira parada relembrou o local onde Edinaldo Moreira, "lourinho", foi morto, no dia 5 de julho de 2015, Edinaldo pleiteava uma terra no lote 83. A segunda parada foi Jesumar Batista Farias, assassinado dia 23 de agosto de 2018, foi apoio para o grupo do lote 83. A terceira parada foi para Hércules Souza, 17 anos, assassinado no dia 10 de outubro de 2015. A quarta parada lembrou José Nunes, "Zé da lapada", assassinado dia 27 de outubro de 2015. Quinta parada lembrou Valdimir dos Santos, "muletinho", assassinado em 9 de janeiro de 2018.
"Temos que ser firmes, estamos aqui nessa luta juntos, porque juntos somos mais fortes, plantamos a semente para que floresça, isso é essencial para a classe trabalhadora, em Altamira estamos em resistência no Ibama, lutando para que o povo do Independente I tenha moradia digna. É do lado do povo que estamos, do lado dos oprimidos”, afirma Jhonatan Ferreira.
Essa terra chora, porém, mantém viva a lembrança, a memória das vítimas que se foram, mas deixaram um legado, o legado da luta.
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