COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Na tarde do dia 02, agricultores familiares da comunidade do Engenho Batateiras, no município de Maraial (PE), foram alvo de investidas violentas contra a sua segurança e dos seus sítios. A área é palco de um dos mais graves conflitos fundiários do estado.

Texto: CPT Regional Nordeste 2
Foto: Agricultores da comunidade do Engenho Batateiras 

Por volta das 14h, dois homens conhecidos por andarem armados na localidade se dirigiram até o sítio de um casal camponeses, roubaram as câmeras de segurança e tentaram arrombar a casa. No momento do ocorrido, a família não se encontrava na residência, o que os levou a crer que estavam sendo vigiados.

As câmeras de segurança roubadas haviam sido instaladas pelo Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Proteção a Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH), no qual a família está inserida por já vir sofrendo ameaças desde o ano de 2020. Esses equipamentos servem para monitoramento das pessoas que circundam o sítio, como forma de segurança oferecida pelo PEPDDH e para que as autoridades policiais tenham acesso a mais elementos em investigações, caso necessário.

As famílias acreditam que o crime tem relação com o conflito existente com o titular da propriedade do imóvel, Walmer Almeida da Silva, e temem que a situação no Engenho Batateiras volte a se tornar violenta, com episódios recorrentes de ameaça e tortura, como vinha se dando em 2020, que culminou com o episódio de tortura e disparo de tiros em 24 de dezembro daquele ano (Leia aqui: https://www.instagram.com/p/CJMYT7RDqLW/ e https://www.leiaja.com/noticias/2020/12/24/video-agricultor-e-ameacado-com-tiros-na-mata-sul-de-pe/).

Diante da sucessão de violências sofridas, as famílias acreditam que esse crime pode ser um “recado” a mando do proprietário, isto é, mais uma ameaça para que elas saiam de seus sítios e suas residências. O ocorrido aumenta o clima de tensão na comunidade, conforme depoimento da moradora, cujo nome precisa de sigilo por questão de segurança: “A gente tá inseguro [SIC], com medo, e ao mesmo tempo revoltado com isso, de ter que sair da nossa casa pra ter segurança”.

Por estarem no programa de proteção, a agricultora e seu companheiro entraram imediatamente em contato com a Secretaria de Direitos Humanos junto à Comissão Pastoral da Terra (CPT), que já está acompanhando o caso e tomando as medidas cabíveis. 

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