Troca de conhecimentos, divulgação dos saberes e interação entre os povos e comunidades tradicionais e camponeses(as) marcaram o II Encontro Tocantinense de Agroecologia, que aconteceu entre os dias 01 e 04 de dezembro, na comunidade quilombola Malhadinha, município de Brejinho de Nazaré, no Tocantins.
(Por CPT Araguaia-Tocantins | Imagem: Gustavo Ohara)
Com o tema “Articulando a Diversidade, Fortalecendo a Agroecologia”, o evento reuniu 225 pessoas, dentre elas 80% de camponeses e camponesas vindos de todo o estado e 50% de jovens, principalmente estudantes das Escolas Famílias Agrícolas do Tocantins.
Neste segundo encontro foi consolidada a Articulação Tocantinense de Agroecologia (ATA), com objetivo de fortalecer, discutir e animar processos de articulação no âmbito regional e estadual, além de sistematizar e divulgar as experiências, denunciar os impactos do agronegócio e propor políticas públicas.
Composta de uma coordenação ampliada, a Articulação Tocantinense de Agroecologia visa o diálogo entre as várias organizações apoiadoras e dos trabalhadores e trabalhadoras do campo para que sejam potencializadas as experiências de agroecologia já existentes no estado, mostrando à sociedade que existem outras possibilidades para além do agronegócio, uma vez que os monocultivos têm grandes impactos negativos ecológicos e sociais.
Durante os quatro dias houve debates sobre as experiências agroecológicas existentes no estado que fundamentaram a definição das principais ações que a ATA deverá focar para o próximo ano, tendo em vista o momento de crise política brasileira.
Dentre os avanços ocorridos no encontro, destaca-se o lançamento do Caderno de Experiências Agroecológicas. O material contém experiências agroecológicas sistematizadas pelas organizações que promovem ações concretas de promoção da agroecologia no estado. A publicação é uma forma de expressar e materializar a agroecologia relacionada diretamente à tradicionalidade camponesa e suas lutas diárias na conquista dos seus territórios e na manutenção de seus modos de vida.
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Outro destaque foi a aprovação unânime da Carta Política produzida durante o encontro – denominada como “Carta da Malhadinha” – voltada para a sociedade, na qual está expresso o que todos e todas que fazem parte da ATA, construtores da agroecologia, defendem: uma educação voltada para o campo, apoio aos agricultores familiares e defesa dos biomas. Nela também se repudia as ações de um governo que não representa a maior parcela da população brasileira, ações de retrocessos para a reforma agrária e o sucateamento da educação brasileira. Além disso, a Carta expressa o repúdio ao projeto MATOPIBA, que visa à destruição do Cerrado, assim como das famílias camponesas.
Essa é a forma que a ATA expõe seus paradigmas e objetivos, entendendo que precisamos fortalecer cada vez mais a agroecologia para poder se contrapor ao agronegócio e garantir a segurança alimentar e a preservação dos biomas.