CPT realiza I Encontro Nacional de Diversidades
Entre os dias 27 a 29 de setembro de 2022, foi realizado o primeiro Encontro Nacional de Diversidades da Comissão Pastoral da Terra
Por Mário Manzi (Assessoria de Comunicação da CPT Nacional)

De modo a remontar e socializar pontos históricos, individuais e coletivos que desaguaram na criação do Grupo de Trabalho (GT) de Diversidades da CPT, foi construído coletivamente o Rio do Tempo. A proposta de memória consistiu em do Tempo. A proposta de memória consistiu em povoar o rio com episódios, eventos e circunstâncias emblemáticas para a constituição do GT e, sobretudo, a estruturação das discussões enquanto processos de resistência e de formação coletiva.
Dentre as programações dos três dias, foram debatidos temas como “Interseccionalidades, Violências e Conflitos no Campo: experiências em trânsito no campo da diversidade”; “Debate sobre Registro de Conflitos no Campo”, “Macroecumenismo – Religião e Diversidades”. O encontro também dedicou espaços para a troca de experiência, autocuidado, além de uma sessão de cinema, que exibiu o filme “Transversais”.

Na ocasião, foi feita uma relatoria gráfica, por Ricardo Wagner, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST-Ceará). Durante todo o encontro, o artista produziu dezenas de cartazes coloridos, com a representação em desenho do que estava sendo debatido.
Sobre a importância do Encontro, foi pontuado por Alex Ratts, que é professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), geógrafo e antropólogo, e assessorou o evento, que “é preciso trabalhar logo com o que nos fundamenta. Cada movimento, cada comunidade, tem um fundamento. Não trabalho com a visão de atraso. […] Não estamos engatinhando, isso aqui é muito! Mas sabemos que é delicado. Tem coisa que tem que ser tratada aqui, tem assuntos próprios de cada espaço. As coisas só mudam por quem é de dentro”, concluiu.
Ághata Benks, do Coletivo de Fortalecimento e Empoderamento da População Negra do Sul do ES + Diversidade, falou sobre a situação de violências vivenciadas por pessoas LGBTQIA+, principalmente contra corpos transgêneros. “Na maioria das vezes, as violências, nosso casos são negligenciados, subnotificados. E a crueldade da questão LGBT, toda a problemática da transexualidade, [uma vez que os nossos] são os corpos que mais são tombados, e nas suas especificidades são negras”.
Manifesto
Dentre os encaminhamentos do encontro, foi construído um documento formal intitulado “Carta Manifesto do 1º Encontro Nacional de Diversidades da CPT”, que trouxe como alguns pontos de reivindicação. A exemplo da proposição “do debate de que a CPT assuma também como linha política o combate à LGBTfobia, o patriarcado e o racismo no campo, junto à luta de classes; políticas de formação de educação popular com a pauta sobre as diversidades; políticas de apoio aos agentes vítimas de LGBTfobia, racismo e machismo; e, por fim, a criação de instrumentos de denúncia e registros das violências contra as diversidades (raça, gênero e sexualidades) no campo”.
Confira matéria sobre um dos encontros virtuais empreendido pelo GT de Diversidades da CPT