Jaison Caique foi vítima de empresas multinacionais que querem retirar as terras dos caiçaras, denuncia a Comunidade de Trindade, no Rio de Janeiro. Moradores da comunidade tradicional ressaltam que já estavam sendo ameaçados por funcionários da empresa.
(Fonte: Comunidade de Trindade/Mídia Ninja | Imagem: Ed Viggiani)
Desde a década de 1970, os trindadeiros lutam pela permanência em seu território tradicional. Na época, a companhia Paraty Desenvolvimento Turístico, hoje TDT, uma união de duas multinacionais, a Brascan e a Adela (Agência de Desenvolvimento na América Latina), constituída por 280 dos mais poderosos grupos empresariais do mundo capitalista, com sede em Luxemburgo, se dizia dona das terras em Trindade, no litoral sul fluminense.
Até os dias de hoje, o conflito continua. A empresa tem funcionários que coagem a comunidade constantemente, passando um sentimento de insegurança e medo. Jaison Caique Sampaio morreu nessa quinta-feira (02), cruelmente assassinado por um policial militar de folga a serviço da TDT.
A família do jovem caiçara trindadeiro mora em área destinada para lavoura da comunidade e são os donos legítimos da terra. Os funcionários da companhia já vinham ameaçando a família há algum tempo, dizendo que a terra deles fazia parte do grupo. A comunidade tradicional caiçara de Trindade não reconhece e não legitima a TDT em seu território. Exige a retirada imediata da empresa e Justiça na morte de Jaison Caique.
Esta não é uma realidade só na Trindade, mas de várias comunidades tradicionais que têm seus territórios tomados por especulação imobiliária, grileiros e políticas ambientais que não promovem a Justiça socioambiental.
Nenhum passo atrás, nenhum direito a menos!