Um casal de idosos teve sua casa incendiada na noite de quinta-feira (15), em Palmeirante, Tocantins. Posseiros na comunidade Boa Esperança, Antônio Dias dos Santos, de 75 anos, e Maria Carmosina Pereira, de 80, tiveram todos os seus pertences consumidos pelas chamas: dentre eles fogão, botijão de gás, ferramentas de trabalho, roupas, documentos, mantimentos entre outros itens.
(Fonte: CPT Araguaia – Tocantins)
O casal dormia no momento em que o fogo começou. O incêndio teve início pelo lado de fora, na cobertura de palha. De acordo com o posseiro, ele identificou rastros de uma pessoa nos arredores do seu barraco, que seguiu rumo à sede da fazenda. Outros moradores, que ouviram o barulho causado pelo fogo, chegaram até o local, mas não conseguiram apagar o incêndio.
Não é a primeira vez que ocorre a queima de barracos na comunidade. Nos últimos anos, outras três casas foram incendiadas.
Seu Antônio e dona Maria vivem nessa terra desde a década de 1980. A área trata-se de terra da União, titulada indevidamente pelo Instituto de Terras do Tocantins (ITERTINS) em nome de Getulio Felix da Luz, que reside na cidade de Nova Olinda.
A comunidade Boa Esperança tem 24 famílias, a maioria são posseiros e posseiras que residem nessa área há mais de 30 anos – e na última década vêm sofrendo com incêndios de casas, destruição de roças, tiroteio e violência física contra pessoas.
O Incra já manifestou interesse na área para criação de assentamento. O Programa Terra Legal, por sua vez, constatou as irregularidades no processo de titulação da área e solicitou da SERFAL a nulidade do título.
O regional Araguaia-Tocantins da Comissão Pastoral da Terra (CPT) enviou denúncia sobre o caso à Ouvidoria Agrária Regional do Incra – responsável por encaminhar policiais da Delegacia de Repressão a Conflitos Agrários (Derca).
Posseiro relata que o fogo foi ateado pelo canto esquerdo, impedindo a saída pela porta da casa.
Seu quarto fica no lado direto. Fotos: Evandro Rodrigues
Posseiro Estocava “mantimentos” em latas, que também foram queimadas.
