COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Mais de três mil famílias Sem Terras ocuparam na manhã deste domingo (31) a Agropecuária Santa Mônica, localizada entre os municípios de Alexânia, Abadiânia e Corumbá (GO). A fazenda, registrada no nome do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), é um complexo de mais de 20 mil hectares e autodeclaradas improdutivas.

 

(Página do MST)

“O MST denuncia a escandalosa relação do senador Eunício com expulsão de dezenas de famílias camponesas da região, com o único intuito de promover a especulação fundiária, em uma região onde o preço da terra tem se valorizado muito nos últimos anos. Atualmente, além de vastas extensões de terra improdutiva, algumas propriedades são arrendadas para a produção de soja e milho, demonstrando o interesse exclusivamente financeiro que o senador tem com a área”, diz os integrantes do MST por meio de nota.

O senador Eunício Oliveira, candidato ao governo do estado do Ceará, é considerado o candidato a governador mais rico do Brasil, levando em conta seus bens declarados - R$ 99.022.714,27.

Além de investimentos no fundo da previdência do Banco do Brasil (BrasilPrev Seguros e Previdência) - no valor de R$ 1,5 milhão - e em Letras de Crédito do Agronegócio do mesmo banco (R$ 2,1 milhões), o senador possui mais de 40% de seus bens declarados em propriedades rurais no estado do Goiás.

Leia a nota na íntegra:


NOTA DO MST SOBRE OCUPAÇÃO DA FAZENDA SANTA MÔNICA – CORUMBÁ/GOIÁS


Neste domingo, dia 31 de agosto, cerca de três mil famílias do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Santa Mônica, uma das propriedades do candidato a governador e senador pelo estado do Ceará, Eunício Oliveira.

As propriedades do senador ficam entre os municípios de Abadiânia, Alexânia e Corumbá, a 150 km de Brasília e 120 Km de Goiânia. Segundo dados levantados pelo próprio MST, ao todo as propriedades do senador alcançam mais de 20.000 hectares e são auto-declaradas improdutivas.

O MST denuncia a escandalosa relação do senador Eunício com expulsão de dezenas de famílias camponesas da região, com o único intuito de promover a especulação fundiária, em uma região onde o preço da terra tem se valorizado muito nos últimos anos.

Atualmente, além de vastas extensões de terra improdutiva, algumas propriedades são arrendadas para a produção de soja e milho, demonstrando o interesse exclusivamente financeiro que o senador tem com a área.

Esse é um claro exemplo de como o Estado brasileiro tem profundos vínculos com o latifúndio e o agronegócio. O parlamento nacional hoje é hegemonizado por ruralistas, que possuem mais de 1/3 do total de deputados e senadores, enquanto os representantes camponeses não chegam a uma dezena.

São justamente esses ruralistas que destruíram o Código Florestal e agora avançam para destruir as terras indígenas (com a PEC 215), além defenderem a flexibilização das leis trabalhistas e de impedirem uma regulamentação mais rigorosa dos agrotóxicos.

Apesar do poder do agronegócio, que influencia no atual processo eleitoral, financiando a campanha dos principais candidatos dos poderes executivo e legislativo, a força da nossa ocupação demonstra que esse modelo de morte está com os dias contados. Sendo a maior ocupação realizada no estado de Goiás nos últimos 10 anos, é composta por jovens, homens e mulheres que demonstram a atualidade da reforma agrária para um novo projeto de desenvolvimento para o país, baseado nas necessidades reais do povo trabalhador brasileiro.

Com essa ocupação, o MST reafirma seu compromisso com a sociedade brasileira de lutar pelo fim do latifúndio, contra o agronegócio e pela produção de alimentos saudáveis para o povo da cidade e do campo.

A não realização da Reforma Agrária só interessa a uma pequena elite que defende apenas seus interesses, não os do Brasil. Por isso, seguimos em luta! E avisamos ao senador e aos poderes estadual e federal: viemos para ficar, queremos Reforma Agrária já!


Lutar, construir reforma agrária popular!


Corumbá – Goiás, 31 de agosto de 2014

 

Direção Estadual do MST-Goiás

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