COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Em documento elaborado durante o 13º Intereclesial das CEBs, que ocorreu nos dias 21 e 22 de setembro, no Estado de São Paulo, o grupo se dirige à presidente Dilma Rousseff e relata a insatisfação em decorrência da paralisação da reforma agrária, caso identificado  durante estudo feito no encontro com o tema “CEBs Justiça e Profecia a serviço da Vida”. Confira o texto na íntegra:

 

 

(Foto: CNBB)

Excelentíssima senhora Presidente,

Como delegados e delegadas do 13º Intereclesial das CEBs, reunidos nos dias 21 e 22 de setembro na cidade de Pirajuí, estado de São Paulo, nos dirigimos à senhora com o intuito de expressar a nossa insatisfação com a paralisação da reforma agrária, que identificamos no estudo que fizemos durante esses dias de encontro com o tema “CEBs Justiça e Profecia a serviço da Vida”.

Embora reconheçamos que temos hoje uma política pública de agricultura familiar, a mesma não atende os problemas reais da questão fundiária brasileira, uma vez que observamos um processo de reconcentração de terras nas mãos de grandes latifundiários para a produção de monoculturas depredadoras, como a soja, a cana de açúcar e o eucalipto, que não são destinadas para a alimentação, mas para a produção de rações, combustíveis e papeis.

Como consequências de políticas públicas que priorizam um modelo de desenvolvimento do país no qual o agronegócio e os mega empreendimentos têm recebido investimentos milionários, mais de duzentas mil famílias estão perdendo as suas terras, muitas vezes diante de ameaças e assassinatos de suas lideranças e comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e caiçaras têm as suas culturas ameaçadas.

Diante de toda essa situação, reafirmamos o nosso compromisso e apoio à retomada da reforma agrária popular na pauta do governo, para o fortalecimento da agricultura familiar a fim de garantir a soberania alimentar do nosso povo. Temos consciência que é a agricultura familiar que coloca mais de 70% dos alimentos nas mesas dos brasileiros e das brasileiras, gera mais de 70% dos empregos do campo e é um modelo de economia solidária sustentável e que respeita o meio ambiente.

Vale lembrar, que a nossa Constituição Federal, sobre a qual a senhora jurou fidelidade no momento de sua posse, estabelece nos artigos 180 a 186, que é obrigação da União promover a reforma agrária.

Como gente humilde, em lugares pouco importantes, fazendo coisas pequenas, ficamos no aguardo de um posicionamento de V. Exa., acreditando em mudanças extraordinárias.

 

 

 

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline