Raimundo Rodrigues, conhecido como Brechó, foi alvejado na última sexta-feira (21) com dois tiros e encaminhado para hospital de Timbiras, no Maranhão, mas nesta madruga ele não resistiu e morreu. O nome de Brechó já constava na lista de ameaçados de morte da CPT de 2013 após sofrer tentativa de homicídio e receber ameaças.
(CPT-MA e CPT Nacional)
Conhecido como Brechó, Raimundo Rodrigues da Silva, de 42 anos, morreu nesta madrugada de terça-feira (25) no Hospital Municipal de Timbiras, no Leste maranhense. Líder camponês, Brechó foi alvejado com dois tiros na última sexta-feira (21) em uma estrada que liga a Comunidade Abundância, onde ele morava, ao município de Timbiras.
No sábado (22), dois homens desconhecidos ainda tentaram invadir a unidade de saúde com a intenção de executar Brechó. Com isso, o assessor jurídico da CPT-MA, Diogo Cabral, encaminhou ao ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino Filho, relatório sobre o caso e havia sido solicitada a presença de policiais para garantir a segurança do lavrador, além da inclusão dele no Programa de Defensores de Direitos Humanos.
Raimundo Rodrigues foi baleado em decorrência de um conflito de terras que se arrasta há anos na região. Durante toda a sua vida, Brechó lutou incansavelmente pela libertação do território Campestre/Alegria, região de passagem da Balaiada, grilada pelo latifúndio.
Há décadas, o processo de desapropriação tramita sem nenhuma solução concreta para as mais de 300 famílias que vivem no local. Apesar das inúmeras denúncias feitas pelas famílias e pela CPT, em razão dos conflitos, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) se mantém omisso face ao conflito, numa clara opção do Governo Dilma pela grilagem de terra e latifúndio.
Em 2013, Brechó sofreu ameaça de morte e uma tentativa de homicídio, com isso o nome dele entrou para a lista de ameaçados de morte da CPT. Durante a tentativa de homicídio, pessoas desconhecidas efetuaram três disparos de arma de fogo na direção do trabalhador. Raimundo também já estava ameaçado de morte por causa da luta pela regularização da Comunidade Campestre.
Na área, há forte atuação de madeireiros, que destroem o cerrado na localidade, uma das poucas áreas preservadas da Região dos Cocais. As pessoas envolvidas no conflito contra a comunidade são criadores de gado, aliados ao latifúndio, que há anos causam prejuízo às famílias do território Campestre, como a destruição de suas roças, haja vista, que o gado é criado solto incentivado por proprietários amigos da família Alvin que controlou esse território por mais de 50 anos no estilo coronel. O intuito dos criadores de gado é que o conflito se acirre e eles retomem o território que hoje é ocupado pelos posseiros.
A luta de Brechó será sempre viva.
Porque ele ressuscitará!!
Contatos:
Diogo Cabral (CPT-MA) – 98 9615-2529
CPT Diocese de Coroatá – 99 3641-2940
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