O empresário Francisco Carlos de Oliveira decidiu desafiar a justiça e mandou jagunços com máquinas pesadas invadir e destruir roças do quilombo Puraquê, no município de Codó (MA).
(blog do Aldir Dantas)
Um pânico se instalou na comunidade com as ameaças e as famílias temiam que eles fossem atear fogo nas casas da comunidade quilombola. Diante do ato de violência o padre Bento Cabezas Fernandez, da Comissão Pastoral da Terra, da Diocese de Coroatá, denunciou o fato a Ouvidoria Agrária Nacional e a Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo e pediu apoio ao Movimento Sindical Rural. A diretoria da Fetaema já encaminhou para o local, advogados e pessoal de apoio de vários sindicatos do polo da área. O município de Codó é hoje uma das referências de violência no meio rural maranhense, pelos constantes conflitos pela posse da terra. Os graves problemas não são enfrentados, em decorrência da Superintendência do INCRA não fazer esforços para desapropriações uma vez que os grileiros são políticos e empresários com muita influência.
O fato deve ser comunicado imediatamente à Secretaria de Segurança Pública, ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça. Leia abaixo o teor do documento enviado às autoridades federais.
Ao Sr Desembargador Gercino José da Silva Filho
Ouvidor Agrário Nacional e Presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo
Prezado Desembargador:
Venho por médio de esta comunicar a situação de violência que novamente estão sofrendo os lavradores do Quilombo Puraquê, do nosso município de
Codó, no Estado do Maranhão!
Desde Ontem os tratores do empresário e pecuarista Francisco Carlos Oliveira (F.C. Oliveira) estão destruindo os quintais dos moradores e
colocando arames na frente das mesmas com o único objetivo de expulsar a todos eles…!
Não obstante a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão, reconhecendo a posse dos quilombolas, dito fazendeiro está desrespeitando dita sentença e
a própria Constituição Brasileira…!!! Por isso, em nome das famílias que sofrem a violência, pedimos sejam tomadas de forma urgente as medidas cabíveis para que ditas famílias não tenham que migrar (como muitas já fizeram pela violência do mesmo fazendeiro!) para as periferias de nossa cidade de Codó, onde reinam a
violência do narcotráfico e a prostituição, ou para outros Estados da Federação!
Anexo a Ata da 492ª reunião da Comissão Nacional de Combate a Violência no Campo realizada no INCRA de São Luís – MA., no dia 11 de julho do passado
ano sobre o sofrimento de dito quilombo Puraquê. No mesmo dia de hoje registramos também denuncia na Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República com o número de protocolo: 739461
Desde Já agradeço pelo seu esforço na construção da paz de nosso país e mais concretamente de nosso sofrido município de Codó!
Em Cristo, seu irmão:
Pe. Bento Cabezas Fernández SAC*
Comissão Pastoral da Terra – Diocese de Coroatá – MA.