Amanhã, 13 de julho, a partir das 08h30, no campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir), será feita a abertura do IV Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), com o tema/lema “Faz Escuro, mas eu Canto... Memória, Rebeldia e Esperança dos pobres da terra”.
(Foto: Douglas Mansur)
Uma grande celebração inspirada nos símbolos da Amazônia dará as boas vindas aos cerca de mil participantes que vieram de todos os estados do Brasil para o Congresso.
Dom Enemésio Lazzaris, presidente da CPT, e uma trabalhadora de Rondônia acolherão os participantes.
Ao encerrar a celebração de acolhida, falarão Dom Benedito Araújo, administrador apostólico da arquidiocese de Porto Velho e representante da CNBB; a reitora da Unir, Professora Doutora Maria Berenice Tourinho; a pastora Jandira Kepper, da Igreja Luterana do Sínodo da Amazônia; Dom Antônio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná (RO) e Leila Denise, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que falará em nome da Via Campesina Brasil. Fechando esse momento falará Dom Moacyr Grechi, arcebispo emérito de Porto Velho (RO) e coordenador do processo de fundação da CPT, em 1975.
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Em seguida haverá uma mesa de análise de conjuntura, com Leonilde Medeiros, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Plácido Junior, geógrafo e agente da CPT Nordeste II; Cacique Babau, do povo Tupinambá do sul da Bahia e Maria de Fátima, da Articulação Nacional dos Quilombolas.
A programação seguirá, no período da tarde, com a apresentação de 21 experiências apresentadas pelos regionais da CPT de todo o país, dentro do eixo Memória, em que serão lembrados momentos marcantes da história das lutas camponesas e da ação da CPT junto aos povos do campo nesses 40 anos.
O evento seguirá até o dia 17 de julho, no Campus da Unir, em Porto Velho (RO).
Mais informações:
Cristiane Passos (assessoria de Comunicação do IV Congresso Nacional da CPT) – (69) 9368-1171
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Desde o início desse mês, os/as participantes e colaboradores do Congresso começaram a chegar em Rondônia. São esperadas cerca de mil pessoas, que estão viajando de ônibus, van, carro, avião e outros. Confira um pouco das histórias desses viajantes:
Maria Berenice Tourinho, reitora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), durante coletiva de lançamento do IV Congresso Nacional da CPT, fala da importância da Universidade sediar esse evento.
Faz escuro, mas eu canto
Memória, rebeldia e esperança dos pobres do campo
Acompanhe aqui as notícias e informações sobre o IV Congresso Nacional da CPT.
Dom Antônio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná, no lançamento do IV Congresso da CPT, realizado ontem (10), em Porto Velho (RO). Assista o vídeo:
Faz escuro, mas eu canto
Memória, rebeldia e esperança dos pobres do campo
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Na manhã de ontem (10) aconteceu, no auditório da reitoria da Universidade Federal de Rondônia (Unir), a coletiva de imprensa para o lançamento do IV Congresso Nacional da CPT, que acontecerá nessa semana, entre os dias 13 e 17 de julho, no Campus da Unir, em Porto Velho, Rondônia.
Estiveram presentes o bispo emérito de Ji-Paraná (RO), Dom Antônio Possamai; a reitora da Unir, Maria Berenice Alho da Costa Tourinho; Maria Petronila Neto, da coordenação da CPT em Rondônia e da coordenação do Congresso; Thiago Valentim, da coordenação nacional da CPT e da coordenação do Congresso; e Natalino Alexandre, camponês da Gleba Garça, em Rondônia.
Durante a coletiva, a reitora Maria Berenice agradeceu a realização do Congresso da CPT em Rondônia e, especialmente, na Unir e ressaltou ainda o quanto é importante a abertura e parceria das Universidades com os movimentos sociais. "Somos nós que devemos agradecer a oportunidade. Esse é o papel da universidade. É servir de espaço para que os movimentos sociais tenham esse espaço político para expressar os seus momentos de reflexão".
Maria Berenice falou ainda da responsabilidade da academia para com o povo do campo. "A nossa obrigação é com o trabalhador do campo. Nossos cursos, em grande parte, tem se voltado a produzir e apresentar projetos que venham a atender isso", enfatizou. Ao falar sobre os conflitos pelos quais os povos do campo têm passado, a reitora destacou a importância da Universidade nesse processo. "Embora o agronegócio tenha se tornando na nossa região um processo avassalador e destruidor do trabalhador do campo, ainda acreditamos que a nossa universidade deve participar do processo de espaço político e cultural dessa luta. A Universidade tem de participar".
Uma das anfitriãs do Congresso, Maria Petronila lembrou os desafios e a simbologia desse evento ser realizado em plena Amazônia. "Por nós estarmos vivendo a celebração dos 40 anos da Pastoral, achamos por bem que esse IV Congresso fosse realizado na Amazônia, pois a CPT nasceu aqui", explicou. Ao longo da coletiva de imprensa, a coordenadora da CPT memorou os inúmeros casos de conflitos no estado, além de trazer presente a luta desse povo do campo, que, apesar da escuridão, não desiste de lutar.
"Faz escuro, mas eu canto! O tema desse Congresso, para nós aqui em Rondônia, se efetiva. Pois, se olharmos os dados da nossa publicação Conflitos no Campo Brasil 2014, Rondônia vive um pouco essa escuridão. Muitos conflitos, muitos casos de assassinatos. Esse escuro está acontecendo, mas nós cantamos. Cantamos porque o povo não desiste de lutar e vai buscando cada vez mais se organizar, e vai correndo atrás dos seus sonhos e de esperança", disse Petrolina.
Quando perguntado sobre a importância do Congresso da CPT em Rondônia, Dom Antônio Possamai falou das lutas assumidas pelos povos amazônicos e do apoio dado pela CPT. Ele destacou ainda o quanto é importante camponeses, indígenas, quilombolas e diversos outros povos do campo se unirem na luta por seus direitos. "Quanto mais nós unirmos as forças, mais teremos sucesso em nossas lutas e na vida", afirmou.
Pensando no Congresso Nacional da CPT como um momento estratégico, quando os trabalhadores e trabalhadoras apontarão caminhos de atuação para a Pastoral, Dom Antônio, que atua na Amazônia há tempos, discorreu sobre os conflitos que assolam Rondônia e apontou casos, nos quais, segundo ele, exigem mais apoio. "O roubo de tudo que há aqui, inclusive da cultura dos nossos povos, o roubo das riquezas daqui, e agora também o roubo das nossas águas. Isso não é para beneficiar a Amazônia e nem Rondônia, mas para beneficiar os ricos. Então, essa é uma das lutas que já foi assumida pela CPT e pela igreja aqui na Amazônia, mas é preciso que essa luta se torne mais organizada, mais forte e com objetivos bem claros".
Mais Informações:
Cristiane Passos (69) 9368-1171
www.cptnacional.org.br / @cptnacional
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O IV Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) terá início na próxima segunda-feira (13) e segue até o dia 17, no Campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Entenda como será o Congresso e veja a programação em anexo.
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O Congresso é um momento estratégico para a CPT. É o momento de ouvir os trabalhadores, trabalhadoras e a partir de suas demandas, anseios e lutas constantes, construir e fortalecer o seu trabalho pastoral nos próximos anos. Serão cinco dias intensos de debate em torno da conjuntura atual do país e das Igrejas, de celebração, de convivência e de troca de experiências.
Inspirado no poema de Thiago de Mello, o tema escolhido para este Congresso é: “Faz escuro, mas eu canto! Memória, Rebeldia e Esperança dos Pobres da Terra”. Mesmo diante da noite escura por que passam nossas comunidades, diante do descaso político em reconhecer os territórios a que povos e comunidades têm direito, da impunidade que marca a (in)justiça brasileira, a CPT não desiste de ser companheira dos que sofrem.
Como o Congresso está preparado?
O Congresso está sendo organizado há meses nos Regionais da CPT em todo o país e em nível nacional, com encontros, celebrações, estudos, orientados pelas duas edições do Almanaque Poronga (material preparatório do Congresso distribuído para todos os estados). O Poronga trouxe histórias de lutas camponesas, memórias da caminhada da CPT, informações sobre o Congresso, recheado com receitas, piadas, trava-línguas, curiosidades, você sabia?
A equipe da CPT Rondônia se empenhou em mobilizar seus agentes e diversos parceiros locais para preparar toda a infraestrutura necessária para bem acolher os participantes. Da mesma forma, a Universidade Federal de Rondônia (Unir) disponibilizou toda a estrutura do seu campus em Porto Velho para a realização do evento.
Os dias 11 e 12 serão dedicados à acolhida das caravanas que chegarão de todos os estados do país. No dia 13, a celebração de abertura preparada pela Grande Região Noroeste, dará as boas vindas a quem vem de fora. Com símbolos que marcam a região amazônica – a poronga, a canoa, a farinha, o açaí – terá início o Congresso.
A análise de conjuntura, na primeira manhã, olhará para a realidade política e econômica do país, e neste cenário, a situação das comunidades camponesas e dos povos tradicionais. Esse momento contará com a assessoria de Leonilde de Medeiros, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Plácido Junior, da CPT de Pernambuco, Cacique Babau, do povo Tupinambá e Maria de Fátima, quilombola do Tocantins. Depois da apresentação, a fila do povo será o momento em que os participantes terão a possibilidade de expressar seus pensamentos e visões.
Tendas
As atividades das tardes serão desenvolvidas nas tendas, que são espaços de discussão e de troca de experiências. Serão organizadas 07 tendas, identificadas com nomes de rios de Rondônia: Madeira, Pacaás Novos, Guaporé, Mamoré, Machado, São Miguel e Rio Branco. Em cada uma serão apresentadas as experiências que os regionais da CPT selecionaram. Cada dia com uma temática: Memória, Rebeldia e Esperança. Serão cerca de três experiências em cada tenda (21 experiências por dia), com debate entre os participantes. O resultado da reflexão em cada tenda será socializado na grande plenária, na manhã seguinte. Cada tenda terá a contribuição de um relator e de assessores, que ajudarão na reflexão e na coleta de elementos importantes para a síntese na grande plenária.
No quarto dia, serão debatidas nas tendas as prioridades da ação da CPT para os próximos anos, que serão definidas e aprovadas na manhã do último dia.
Momentos celebrativos
O que vai marcar o Congresso serão os momentos de celebração construídos sobre a mística libertadora, a profecia, a Palavra de Deus encarnada na vida e na cultura dos povos. Cada manhã será aberta com uma celebração preparada por uma das grandes regiões, que trarão elementos das culturas locais, da religiosidade e das lutas populares. Celebrações essas em que estará presente o caráter ecumênico da CPT.
No espaço do Congresso será montada a Tenda dos Mártires da Caminhada, onde se fará a memória de homens e mulheres que doaram suas vidas pelas vidas de milhares de irmãs e irmãos. Além da Tenda dos Mártires, acontecerá a Caminhada e Celebração dos Mártires, na noite de quinta-feira (16), a partir das 18h00, próximo à Hidrelétrica do Madeira. Nesta caminhada, se fará memória de tantas pessoas que trabalharam, sofreram e morreram na construção da Estada de Ferro Madeira-Mamoré e dos conflitos e da violência que a Usina ali instalada está gerando para as comunidades ribeirinhas e as populações urbanas da região.
Cozinhas e festa
A partilha do alimento será outro momento forte do Congresso. Serão instaladas cozinhas para cada uma das grandes regiões que trarão alimentos de seus estados. Os cardápios privilegiarão pratos regionais e receitas caseiras das comunidades. A diversidade de alimentos e pratos revelará a riqueza dos sabores deste imenso Brasil.
A animação é marca de todos os congressos da CPT. Os participantes cantarão canções de luta, de caminhada, com letras que expressam os sentimentos e sonhos de quem batalha por um tempo novo. Diz Carlos Mesters: “Luta sem festa, derrota na certa. Festa sem luta, vitória falsa”. Afinal, é isso que nos inspira o poema de Thiago de Mello, tema do Congresso: “Faz escuro, mas eu canto!”.
Durante as noites acontecerão diversas apresentações culturais. Os Regionais com seus artistas terão a possibilidade de expressar sua arte e suas canções. O Congresso deverá, ao final, se manifestar, posicionando-se diante da atual conjuntura e reafirmando o compromisso da CPT com a justiça social e a transformação da sociedade.
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Informações:
Cristiane Passos (69) 9368-1171
Elvis Marques – (69) 9358-6065
Mais informações sobre o Congresso: www.cptnacional.org.br / @cptnacional