Rio Grande do Sul
A CPT surge no Rio Grande do Sul logo após sua fundação nacional, em meio ao momento de reanimação e revitalização da Igreja na década de 1960, com o Concílio Vaticano II e os movimentos que surgiram na América Latina após ele, como a Conferência de Medellín (1968), a Juventude Agrária Católica (JAC) e Juventude Operária Católica (JOC), as pastorais sociais e as CEBs, de onde saíram as primeiras pessoas (religiosas e leigas) que fizeram parte da CPT, como Antônio Prado e os padres João Bosco Schio, Júlio Giordani, Armindo Fritzen e Matias, que convidaram alguns assessores para refletir e direcionar a caminhada. Desde o início, nas reuniões de formação, a CPT esteve junta na organização dos sindicatos populares, nos movimentos de luta pelo preço, por aposentadoria para o homem e a mulher do campo, luta contra as barragens e a luta dos trabalhadores sem terra pela reforma agrária. Inspirada pela Teologia da Libertação e da luta por justiça, da junção da fé e da vida, a CPT sempre procurou nunca tomar a frente, mas conscientizar e assessorar os sindicatos, as mulheres camponesas, a juventude rural a serem os protagonistas da luta. Nesta caminhada regional, ocorre também a primeira Romaria da Terra em 1978, relembrando a luta dos povos indígenas por terra, e a expulsão dos colonos que estavam em territórios indígenas. Inicialmente com cerca de 500 pessoas no interior de São Gabriel, a romaria foi marcada pela caminhada pela terra e lugar da chacina que vitimou milhares de indígenas, e inspirou a união entre diversas pastorais e outras organizações, para realizar as romarias todas as terças-feiras de Carnaval.