Via Campesina Centro América divulga Declaração sobre a realização do V Congresso da CLOC e a expectativa dos povos centroamericanos para esse evento. Confira:
Declaração de Chimaltenango –Via Campesina Centro América no Marco do V Congresso da CLOC
Os indígenas e camponeses, juventude, homens e mulheres da região, nos pronunciamos para o V Congresso Continental da Coordenadoria Latinoamericana de Organizações do Campo (CLOC), a realizar-se de 8 a 16 de outubro, na cidade de Quito, Equador.
1. Inspirados nos heróis e mártires das lutas de libertação nacional e nas bandeiras indígenas/camponesas, em prol do viver bem dos povos e dos direitos da mãe terra. Nos declaramos em unidade dentro à diversidade, acima de orientação gremial, setorial, multinacional, filosófica ou política partidária, para enriquecer desde este pré-congresso regional, a unidade e harmonia do 5º Congresso de nossa amada CLOC / Via Campesina. Desde já nos pronunciamos para que se declare como Coordenadoria Continental de Organizações do Campo, conservando seu nome, CLOC.
2. Constatamos que nossa ação organizada se desenvolve, prioritariamente, no planejamento da luta pela defesa de nossa mãe terra e do território, contra as transnacionais (mineradoras, com seus mega projetos, hidrelétricas, petroleiras e aquelas que impulsionam os monocultivos de destruição e despojos de nossas terras), desde a Guatemala, Honduras, El Salvador, Panamá e a luta fronteiriça unida desde a Nicarágua e a Costa Rica. Com estas batalhas, chamamos a fortalecer as vozes alternativas dos povos à Cúpula Climática de Cancún.
3. Ante a evidente mudança climática causado pela superexploração da natureza e o consumismo imposto pelo modelo capitalista, nos encontramos submergidos em uma economia de desastre e economia de sobrevivência, desde nossos territórios nos declaramos com disposição de construir nossa economia própria e soberana.
4. Desde a resistência dos Povos ao neoliberalismo na região, sustentamos a construção orgânica do movimento indígena camponês e iniciamos a construção do sujeito econômico social, planejado e alternativo, para contribuir para a construção da pátria grande da América, inspirada na revolução social e política, da alternativa bolivariana das Américas (ALBA), e para que a UNASUR redimensione seus esforços para o desenvolvimento da América, conservando sua soberania sobre os bens naturais e lhe permitindo, no futuro, renegociar os termos dos TLC's.
5. Uma amostra evidente da batalha soberana da região, foi a resistência popular ao golpe de estado em Honduras, dirigido e assistido desde a base militar dos EUA em Honduras. Hoje, este povo se transformou em sujeito social político, que se nega a voltar aos padrões de subordinação libero-conservadores e reivindica, de maneira massiva e permanente, a refundação nacional com uma nova constituição, que reconheça os direitos das grandes maiorias sobre os oligarcas e banqueiros, e devolva a legitimidade e governança democrática.
Resistimos e ………venceremos
O povo unido jamais será vencido
Globalizemos a luta e globalizemos a esperança
Que volte a reforma agrária.
Setembro de 20 a 22 de 2010.