O V Congresso da CLOC será realizado de 8 a 16 de outubro, em Quito, Equador, nas instalações da Universidade Central do Equador. Neste espaço se realizará, também, a IV Assembleia de Mulheres do Campo e a III Assembleia da Juventude.
Equador, terra de Dolores Cacuango, de Passagem Amaguaña, Mardoqueo Leão, povo herdeiro e continuador das lutas por transformações sociais, se prepara para receber mil delegadas e delegados, das diversas organizações camponesas em nível continental, em outubro próximo, de 8 a16, para o V Congresso da Coordenadora Latinoamericana de Organizações do Campo (CLOC).
"Levanta-te América, mãe de tantas raízes, continente da esperança, terra do futuro, terra de Martí, terra de Zapata, terra de Mama Tingo, terra de Mariátegui, terra de Sandino, terra de Bolívar, terra de Bartolina Cava, e de tantos heróis e heroínas, das lutas dos povos camponeses, indígenas e afrodescendentes, a quem rendemos desde aqui nossa homenagem”.
O V Congresso da CLOC será realizado de 8 a 16 de outubro, em Quito, Equador, nas instalações da Universidade Central do Equador. Neste espaço se realizará, também, a IV Assembleia de Mulheres do Campo e a III Assembleia da Juventude.
É importante assinalar que este V Congresso é o resultado de um processo de luta, avaliação e formação continental, que vem se constituindo há mais de um ano, desde quando iniciamos sua preparação em abril de 2009, em Havana, Cuba. Esse processo foi se consolidando e ganhou mais força com a reunião em nível continental e internacional da Via Campesina, realizada em outubro de 2009, em Quito. Este espaço é um desafio para retomar a articulação da luta continental. É o momento para chegarmos a definições políticas e orgânicas, além de ser um lugar de fortalecimento de alianças estratégicas; e de integração de novas organizações nacionais e subregionais.
Hoje, nosso continente vive um período histórico de mudanças que ainda não estão muito claras. Poderíamos defini-lo como uma etapa de crises, complexo e muito difícil para toda a classe trabalhadora da América Latina. E é neste palco onde colocamos a necessidade de reflexão sobre o que está se passando, para, com isso, ter uma visão mais clara do caminho a seguir, compreendendo com profundidade como se está movimentando o tabuleiro da luta de classes em nosso continente e no mundo. Existe uma hegemonia do capital, controlado pelos bancos e pelas grandes empresas transnacionais, que buscam instalar-se no continente e seguir saqueando e explorando nossas riquezas naturais, como minerais, água, terra, etc. As transnacionais já não precisam instalar uma fábrica com o nome em inglês e explorar-nos com baixos salários, os métodos de exploração do capital agora são muito mais sofisticados. Empresas como Monsanto, Bunge, Cargill, são as mesmas no mundo inteiro, exploram e expulsam comunidades inteiras de suas terras, camponeses, indígenas e afrodescendentes.
Elas são parte dessa aliança do capital que impulsiona um modelo de produção chamado agronegócio, onde predomina a indústria agrícola com o uso intensivo de máquinas, produção de grãos para a exportação, utilização de venenos e agrotóxicos, trabalho escravo e superexploração dos trabalhadores e das trabalhadoras. Querem um campo sem camponeses. Este modelo de agricultura industrial perversa é, além disso, o principal responsável pela destruição do meio ambiente e pela crise climática que estamos vivendo.
Esta é a atmosfera em que estamos vivendo, de enfrentamento permanente entre dois projetos em disputa: de um lado o projeto do capital, insaciável na sua ânsia de acumular riquezas e explorar o povo, do outro lado, o projeto popular em construção, que se sustenta em outra base de desenvolvimento social, econômico, cultural e de soberania dos povos.
É nestas condições adversas que estamos preparando nosso V Congresso. Em cada país, as organizações membros da CLOC/Via Campesina devem criar uma Comissão para o Congresso, garantindo coletivamente todas as condições e meios necessários para a preparação deste. Cada região, também, deve organizar encontros de preparação. Como podem ver, este é um processo coletivo, de reflexão, estudo, luta, formação e mobilização, que deverá caracterizar toda a caminhada até nosso V Congresso. Vamos revisar nosso regulamento, nossa estrutura de funcionamento, e preparar nosso plano de ação para o próximo período. O momento político exige que nos fortaleçamos como CLOC/Via Campesina, já que, como sabemos, os inimigos dos povos são comuns em qualquer parte do mundo. Portanto, é necessário que as saídas também sejam comuns. Por isso a palavra de ordem da Via Campesina é: Globalizemos a Luta, Globalizemos a Esperança!
Neste processo de preparação do V Congresso da CLOC, necessitamos avançar na conscientização dos povos, na organização popular e realizar grandes mobilizações conjuntas em todos os países, tornando mais agudas as contradições de classe. Esperamos que todas as organizações e que nossa militância faça desse processo uma grande escola de formação, com muita mística e reflexões sobre esse grande mutirão de construção coletiva. Com este espírito, e assinalando nossa estratégia presente e futura de luta, definimos coletivamente o lema de nosso V Congresso:
Contra o saqueio do capital e do império. Pela terra e a soberania de nossos povos. América Luta!
Nossos Objetivos para este V Congresso são:
• Propiciar a integração regional latinoamericana
• Fomentar o internacionalismo e recuperar a mística ao interior da CLOC sobre este tema
• Fortalecer a campanha pela não violência contra as mulheres
• Fomentar a articulação campo-cidade e o estabelecimento de alianças com outros setores, promovendo a participação de novas organizações nacionais. Articular intelectuais orgânicos em temas específicos
• Potencializar a participação da juventude nas organizações locais e nacionais
• Ampliar a CLOC, com novas organizações nacionais.
Entre Nossas Linhas Estratégicas estão:
• Rejeição à criminalização das lutas sociais em alguns países
• Resistência à militarização de nosso continente e rejeição à instalação de bases militares em nossos territórios
• Contribuição à configuração de outros modelos de desenvolvimento, como parte de uma proposta regional, alternativos ao modelo hegemônico, tomando elementos de propostas como o SUMAK KAUSAY e a cosmovisão indígena
• Defesa e promoção da pequena agricultura camponesa, contribuições à consolidação de modelos agrícolas alternativos
• Apoio a processos de integração de nossos povos nas diferentes regiões e países
• Formulação de respostas à mudança climática, identificação dos responsáveis
• Defesa da biodiversidade, especialmente da agrobiodiversidade camponesa, garantindo o livre fluxo das sementes
• Impulso a processos permanentes de formação política das bases
• Ampliação da campanha pela não violência contra das mulheres
• Combate permanente aos agronegócios e aos modelos de produção e consumo que estes fomentam
• Estabelecimento de sistemas de comunicação eficientes
• Gerar condições para a participação da Juventude
Maiores Informações:
Pelo site da CLOC: www.cloc-viacampesina.net ou www.cloc-viacampesina.blogspot.com
Contato continental:
Natalia Paulino: clocviacampesina@gmail.com e (593) 083164467
Contato no Equador: Viviana Rojas - clocomunicacion@gmail.com e (593) 084010846