COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

De 11 a 12 de março, a Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se encontrou no Instituto São Boaventura, em Brasília (DF). 

Fonte / Imagem: CNBB

Para o bispo da prelazia de Marajó (PA) e presidente da Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB, dom Evaristo Pascoal Spengler, a reunião conseguiu avançar, com muita clareza, sobre sua capacidade de incidir dentro e fora da Igreja no Brasil.

Dom Evaristo disse que o encontro conseguiu também dar uma maior visibilidade e fazer crescer a sensibilidade para o enfrentamento ao grave crime, que é o tráfico humano que, em sua avaliação, um pecado que brada aos céus.

A coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do Ministério da Justiça, Renata Braz Silva, apresentou um panorama do tráfico humano no Brasil. Um dos desafios apresentados foi a execução do III Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas cuja duração é de quatro anos – de 2018 a 2022 – e possui 58 metas, distribuídas em seis eixos temáticos: gestão da política, gestão da informação, capacitação, responsabilização, assistência à vítima, prevenção e conscientização pública.

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Segundo ela, todas as metas deverão ser implementadas por meio de ações articuladas nas esferas federal, estadual, distrital e municipal e contarão com a colaboração de organizações da sociedade civil e de organismos internacionais.

Reestruturação da Comissão

O presidente da Comissão disse que a reunião teve um papel importante na própria restruturação da própria Comissão. Ela contava, anteriormente, com 16 membros de várias entidades. Agora houve a nomeação por parte da presidência da CNBB de quatro bispos, um assessor e uma secretária.

A Comissão foi ampliada com mais seis pessoas, entre religiosos e leigos, provindas de entidades que realizam um trabalho de enfrentamento ao tráfico de pessoas em várias partes do Brasil. Uma decisão importante também da Comissão foi a liberação de uma pessoa que fará a articulação das ações com entidades que fazem o enfrentamento ao tráfico humano e com os 18 regionais da CNBB.

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O bispo da prelazia de Marajó disse que a Comissão conta agora com uma importante ferramenta para o trabalho que são as Orientações Pastorais para o Trabalho contra o Tráfico Humano publicada recentemente pelo Vaticano. O documento foi traduzido ao português, será publicado pela Edições CNBB e amplamente divulgado pelos regionais da entidade às dioceses, prelazias, organismos e pastorais.

Dom Evaristo chama a atenção para a importância de se compreender que não se delega o enfrentamento ao tráfico humano a apenas uma Comissão, mas que é papel de toda a Igreja. “A Igreja precisa ter esse olhar sensível e misericordioso com tantos irmãos e irmãs que são iludidos e enganados e traficados com finalidade de exploração sexual, do trabalho e até mesmo para extração e comercialização de seus órgãos”, reforçou.

O bispo defende que esta temática precisa ser trabalhada nas pastorais e, especialmente, na Familiar e de Juventude, na catequese. Dom Evaristo informou que um dos temas da 6ª Semana Social Brasileira, a ser realizada pela CNBB, será o tráfico humano, ação que dará mais visibilidade ao assunto.

Do dia 2 a 4 de setembro, para articular o trabalho de conjunto com todas as entidades que fazem o enfrentamento ao tráfico humano, trabalho escravo e migrações no país, a Comissão realizará um Encontro Ampliado. “Queremos fazer deste encontro um espaço de aprofundamento de metas do trabalho em comum e de uma articulação mais consistente”, disse.

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