O relatório da Global Witness "Uma década de resistência: dez anos informando o ativismo pela terra e pelo meio ambiente ao redor do mundo" destaca a crescente urgência de proteger as pessoas que defendem a terra e o meio ambiente à medida que a crise climática e a biodiversidade pioram. Pesquisas mostram que, na última década, pelo menos um defensor da terra e do meio ambiente foi morto a cada dois dias (mais de 1.700). Milhares de outros continuam seu ativismo em todo o mundo, apesar das sérias ameaças às suas vidas. Os países com os maiores números de assassinatos são Brasil, Colômbia, Filipinas e México.
Por Global Witness - Tradução: CPT Nacional
Desde 2012, a Global Witness coleta dados sobre assassinatos de pessoas que defendem a terra e o meio ambiente. Nesse período, surgiu um quadro sombrio, com evidências sugerindo que, à medida que a crise climática se intensifica, a violência contra aqueles que protegem suas terras e nosso planeta permanece persistente. A investigação revelou que um total de 1.733 pessoas foram assassinadas nos últimos dez anos: ou seja, um defensor é assassinado a cada dois dias em alguma parte do mundo.
O relatório destaca que o controle e uso da terra e do território é uma questão central em países onde os defensores estão ameaçados. Grande parte do aumento de assassinatos, violência e repressão está relacionada aos conflitos territoriais e à busca pelo crescimento econômico baseado na extração de recursos da terra.
A evidência também mostra que os dados de assassinato não capturam a verdadeira magnitude do problema. Em alguns países, a situação dos defensores dos direitos humanos é difícil de medir porque as restrições à liberdade de imprensa e a falta de monitoramento independente fazem com que os ataques não resultem em queixas ou processos judiciais. De acordo com o relatório, disputas de terra e danos ambientais também podem ser difíceis de monitorar em partes do mundo afetadas por conflitos.
A pesquisa descobriu que poucos assassinos são levados à justiça porque os governos não investigam adequadamente esses crimes. As autoridades ignoram ou impedem ativamente investigações sobre esses assassinatos, muitas vezes devido a uma suposta conivência entre empresas e interesses do Estado.
"Em todo o mundo, povos indígenas, ativistas ambientais e outros defensores da terra e do meio ambiente arriscam suas vidas na luta contra as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade. Eles desempenham um papel crucial como primeira linha de defesa contra o colapso ecológico, mas continuam sob ataque, enfrentando a violência, a criminalização e o assédio perpetuados por governos e corporações repressivas que priorizam o lucro sobre os danos humanos e ambientais. a solução desses problemas. Este relatório destaca a necessidade de esforços globais coordenados para proteger e reduzir os riscos contra você”, diz a Global Witness, em seu comunicado oficial.
Os dados encontrados no relatório mostram que mais da metade dos ataques no período de 10 anos ocorreram no Brasil, Colômbia e Filipinas. Com base nas informações disponíveis especificamente em 2021, o México foi o país com o maior número de assassinatos registrados e mais de três quartos dos ataques conhecidos em 2021 ocorreram na América Latina. A pesquisa também revelou que as comunidades indígenas, em particular, enfrentam um nível desproporcional de ataques - quase 40% - apesar de representarem apenas 5% da população mundial.
A organização Global Witness faz um apelo urgente para que empresas e governos sejam responsabilizados pela violência exercida contra os defensores da terra e do meio ambiente, pois essas pessoas estão na vanguarda da crise climática. São necessárias ações urgentes nos níveis regional, nacional e internacional para acabar com a violência e a injustiça que enfrentam.
Acesse o relatório AQUI.