COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Famílias reivindicavam a posse das terras do Sítio Macacos desde 2010.  

Foto: Equipe Cajazeiras - CPT PB

No dia 22 de fevereiro, as 18 famílias que formam a comunidade posseira do Sítio Macacos, no município de Sousa, Sertão da Paraíba, participaram do ato que celebrou a imissão de posse, pelo Incra/PB, das terras em que vivem há pelo menos 90 anos. A celebração contou com a presença do Superintendente da autarquia, Kleyber Oliveira da Nobrega. As famílias comemoraram a conquista com uma missa comunitária celebrada pelo bispo da Diocese de Cajazeiras, dom Francisco de Sales, acompanhado do padre Wandemberg Ferreira. Todos os cuidados e protocolos de segurança em razão da Covid-19 foram tomados. 

Para o camponês Daniel Marques, a conquista dessa terra é um sonho. Um sonho que os agricultores e agricultoras da comunidade esperam concretizar desde 2010, quando o Incra deu início ao processo de vistoria e desapropriação do imóvel. Durante esse período, as famílias contaram com o apoio da CPT e da Diocese de Cajazeiras, por meio de dom Francisco de Sales, que somaram esforços para cobrar agilidade na desapropriação do imóvel.  “Toda vida lutamos e batalhamos, criamos e plantamos nesta terra. Não me imagino vivendo em outro lugar. Amo tudo que tem aqui. Essa terra é a nossa força, é onde tiramos o nosso sustento. Não tem benção maior do que essa que estamos vivendo”, comemora Daniel. Com a imissão de posse, os camponeses e camponesas agora passarão pela etapa de organização e divisão dos lotes e poderão ter acesso aos benefícios dos programas da Reforma Agrária.

Enquanto cobravam do Incra a desapropriação do imóvel, as famílias foram consolidando uma vasta e diversificada produção de alimentos. São mais de mil hectares repletos de plantações de milho, feijão, batata, macaxeira, jerimum, hortaliças, manga, acerola e caju. As famílias também criam peixes, galinhas, ovelhas, bode, bois, cultivam abelhas e produzem queijo e manteiga.  

Jossean Alvez, agente pastoral da CPT, ressalta que as famílias possuem uma forma própria de organização e de articulação e que “durante todo esse período de luta, contribuímos com as discussões sobre a importância da terra, da água e da produção de alimentos saudáveis para a comunidade e também para quem está na zona urbana e que necessita de alimentos com preços acessíveis. Acompanhamos e celebramos com a comunidade sempre à luz do Evangelho, da prática de Jesus Cristo”.

A conquista do Sítio Macacos é um exemplo que fortalece a luta pela terra e pela Reforma Agrária no estado da Paraíba e no país, especialmente numa conjuntura de regressão de direitos para os povos do campo e de paralização da Reforma Agrária.

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