COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

“Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral” é o título do Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, composto por um texto-base que oferece uma análise da conjuntura atual da Amazônia.

 

(Fonte: Vatican News)

A Amazônia foi tema de debate na manhã desta sexta-feira (08/06), no Vaticano, com a apresentação na Sala de Imprensa da Santa Sé do Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos de 2019.

“Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral” é o título do Documento, composto por um texto-base, que oferece uma análise da conjuntura atual da Amazônia e aponta percursos e novos caminhos para a Igreja a serviço da vida nesse bioma.

O objetivo do material é preparar as comunidades para o Sínodo e ouvi-las, para que essa grande assembleia repercuta, de fato, os clamores que saem das bases, o que é um desejo expresso do Papa Francisco.

O texto está dividido em três partes, segundo o método ver, discernir e agir. Ao final do material, estão algumas questões que permitem um diálogo e uma progressiva aproximação da realidade para que as populações da Amazônia sejam ouvidas.

Ver

A primeira parte é o VER, um convite a olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território, diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria, são os pontos apresentados nessa parte do texto. Segundo o documento preparatório, “em sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também aprendeu que neste território, habitado por mais de 10 mil anos por uma grande diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio ambiente”.

Discernir

O DISCERNIR é a segunda parte do documento que ilumina as reflexões para uma conversão pastoral e ecológica. O anúncio do Evangelho de Jesus na Amazônia é apresentado a partir das dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária. “Hoje o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito de escravidão e abandono, que clama pela liberdade e o cuidado de Deus. É um grito que anseia pela presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, por defender suas terras, são criminalizados por parte das autoridades; ou quando são testemunhas da destruição do bosque tropical, que constitui seu habitat milenar; ou, ainda, quando as águas de seus rios se enchem de espécies mortas no lugar de estarem plenas de vida”, afirma o texto de preparação.

Agir

Por fim, o documento, na última parte, provoca a ação, a AGIR: novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico. O texto reflete o que seria esse rosto, a dimensão profética, os ministérios e os novos caminhos. “No processo de pensar uma Igreja com rosto amazônico, sonhamos com os pés fincados na terra de nossos ancestrais e com os olhos abertos pensamos como será essa Igreja a partir da vivência da diversidade cultural dos povos. Os novos caminhos terão uma incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia (teologia indígena)”, destaca o texto.

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Após as reflexões realizadas pelo documento, uma série de questões são apresentadas para contribuir com a escuta das realidades da Pan-Amazônia. O questionário está dividido, metodologicamente, de acordo com as partes do documento para facilitar os trabalhos que serão realizados pelas comunidades e grupos que responderão as perguntas.

“A finalidade deste questionário é escutar a Igreja de Deus sobre os «novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral» na Amazônia. O Espírito fala através de todo o povo de Deus. Nessa escuta podem-se conhecer os desafios, as esperanças, as propostas e reconhecer os novos caminhos que Deus pede à Igreja nesse território”, diz o Documento.

O documento preparatório termina com as palavras de Francisco em Porto Maldonado, no momento em que abre, oficialmente, o Sínodo especial para a Amazônia: “Ajudai os vossos Bispos, ajudai os vossos missionários e as vossas missionárias a fazerem-se um só convosco e assim, dialogando com todos, podeis plasmar uma Igreja com rosto amazônico e uma Igreja com rosto indígena. Com esse espírito, convoquei um Sínodo para a Amazônia no ano de 2019”.

Sínodo para a Amazônia

O Sínodo para Amazônia foi uma resposta do Papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. De acordo com o Pontífice, “o objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta. Que os novos Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”.

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