Em preparação ao Fórum Alternativo Global pela Vida e pela Justiça Ambiental e Social, que será realizado de 5 a 8 de dezembro em Cancún, e para denunciar os impactos e os verdadeiros responsáveis pelas mudanças climáticas no planeta, a Via Campesina Internacional está organizando cinco Caravanas Internacionais.
A Via Campesina está organizando Caravanas Internacionais pela Vida, Resistência e Justiça Climática, até o México, a partir do dia 22 de novembro próximo. Mais de mil mulheres e homens, camponeses, indígenas, gente urbana e rural, afetada pela destruição social e ambiental, estão planejando marchar em cinco caravanas até Cancún, no México, protestando contra a indolência dos países dominantes e capitalistas do mundo, que se reunirão para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 29 de novembro a 10 de dezembro desse ano.
Três caravanas co-organizadas pela Assembleia Nacional de Afetados Ambientais e a Via Campesina Internacional, junto a diversos movimentos sociais dos Estados Unidos, Canadá e México, partirão de São Luís Potosí, Guadalajara e Acapulco, juntando-se a outros movimentos rurais, urbanos e estudantis na Cidade do México, no dia 30 de novembro para um protesto em massa pela justiça ambiental e social. Outras duas caravanas sairão de Oaxaca e Chiapas, todas convergindo em Cancún no dia 3 de dezembro, para a abertura do Acampamento Camponês e Indígena organizado pela Via Campesina.
As caravanas poderão dar visibilidade às lutas locais contra as injustiças sociais e ambientais, enquanto que a comunidade global se reúne para as negociações climáticas em Cancún. Denunciarão, também, a apatia generalizada com relação aos escândalos socioambientais atuais, como a manipulação empreendida pelo governo mexicano para implementar mega-projetos dentro da ideia de “Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)”, os quais realmente devastam comunidades e o meio ambiente.
Isto é o caso, também, das grandes fazendas industriais de porcos, como a Smithfield, de produção de agrocombustíveis para aviões, das grandes represas e das novas extensões cultivadas com transgênicos. Contra a avareza corporativa causadoras das “mudanças climáticas”, produtores da Via Campesina de todo o mundo e outros ativistas, se juntarão nas caravanas rumo a Cancún. Segundo Henry Saragih, coordenador geral da Via Campesina, “líderes camponeses até da Ásia, também marcharão com os afetados e afetadas do México e da América do Norte. Em meu país, a Indonésia, há centenas e até milhares de lutas do povo, em nível local, contra projetos comerciais que destroem o sustento dos camponeses e camponesas e o meio ambiente.”
Josie Riffaud, uma líder camponesa da Via Campesina da França, também insistiu que “as soluções que se estão discutindo nas negociações climáticas são muito espantosas. Nos estão dizendo que alguns projetos ajudarão a resolver o atual caos climático, mas é uma ilusão. Estamos vendo um aumento das monoculturas, da engenharia genética a serviço do capital, plantações de agrocombustíveis, roubo de terras, tudo isto aumentará a devastação e exclusão.”
Em Cancún, a Via Campesina e seus aliados organizarão um “Fórum Alternativo Global pela Vida e pela Justiça Ambiental e Social”, de 5 a 8 de dezembro, e uma mobilização em massa de camponeses, indígenas e movimentos sociais no dia 7 de dezembro. Ao mesmo tempo, em Cancún e por todo o mundo, milhares de pessoas e organizações se mobilizarão em torno da ideia de “Milhares até Cancún”, para denunciar as falsas soluções para as mudanças climáticas e promover uma mudança verdadeira do atual sistema.