Nos dias 18, 19 e 20 de novembro a CPT de Juazeiro Bahia celebrará 35 anos da criação da Pastoral na Diocese, em Carnaiba do Sertão - Juazeiro - BA. Um seminário intitulado “O que mudou na vida do povo da região?” norteará as reflexões. A programação conta ainda com uma celebração eucarística presidida pelo bispo diocesano D. José Geraldo, e uma visita à histórica comunidade de Areia Grande que há mais de 30 anos resiste em seu território.
A CPT da diocese de Juazeiro foi criada em 1976, um ano depois do nascimento da CPT Nacional com o objetivo de conhecer a realidade social, despertar para a vida em comum, tomar consciência dos problemas, e dar segurança aos posseiros. Hoje continua prestando um serviço de apoio e assessoria aos camponeses e camponesas de forma articulada com outros parceiros.
História
Ouvindo o grito das populações que estavam sendo expulsas de suas terras para dar lugar a barragem de Sobradinho, a Diocese de Juazeiro através do então bispo D. José Rodrigues, decidiu criar a Pastoral da Terra para apoiar essas populações. O então bispo diocesano, em Assembléia Geral da Diocese de Juazeiro realizada de 22 a 26 de novembro de 1976, em Carnaíba – BA elegeu a Pastoral da Terra e da Seca como uma das prioridades do Plano Pastoral para o ano de 1977.
Localizada no Polígono das Secas, a diocese de Juazeiro reunia naquela época sete municípios. Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sento Sé, Remanso, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lurdes, atendida por 12 paróquias.
Eram tempos de secas prolongadas e de mudanças provocadas pela barragem de Sobradinho: inundação de quatro cidades (Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Pilão Arcado); transferência de quatro mil famílias para agrovilas da Lapa; desapropriação; indenizações precárias; grilagem de terras. E ainda o êxodo das populações rurais para as grandes cidades devido a grande estiagem.
A Pastoral da Terra nesses 35 anos esteve a serviço dos camponeses e camponesas contribuindo na luta e organização para a defesa dos seus direitos. Iniciou com a defesa dos atingidos pela barragem de Sobradinho e pelos projetos de Irrigação, em seguida pela permanência na terra ne defesa contra as grilagens, pela regularização fundiária, pela convivência com o semi-árido, pelos direitos dos assalariados.
Contribuiu também na criação das organizações dos trabalahdores em seus sindicatos,a exemplo do SINTAGRO, nas Associações de Fundo de Pasto, no apoio aos Movimentos Sociais.
Foi um trabalho dificil e prazerosa: muitas perseguições aos trabalhadores e agentes, chegando até ao assassinato de companheiros, apesar das dificuldades foi praseroso porque os camponeses e camponesas cresceram na consciência e na conquista de alguns direitos que estavam sendo negados, melhoraram a qualidade de vida, criaram autonomia.
Apesar das conquistas , as ameaças à vida dos camponeses e camponesas e da natureza continua. Novos e velhos problemas em nome do capital com roupagem de progresso e desenvolvimento continuam gerando insegurança ao modo de vida das comunidades camponesas a exemplo das carvoarias, mineração, implantação fraudulenta da Energia Eólica.
Programação:
Dia 18/11
08:00 - Recepção
Seminário: O que mudou na vida do povo da região?
10 00 - Mística
10:30 - Abertura
11:11 - Objetivo do Seminário
11:15 - Fila do povo (trabalhadores): O que mudou na vida do povo da região? O que mudou na realidade?
12:30 - Almoço
14: 30 - Exposição: Análise da situação social, política e econômica da região. Professor: Nelson de Oliveira
16:00 - Lanche
16:20 - Exposição: Aspectos sociais e culturais da região
17:00 - Debate
18:00 - Encerramento dos trabalhos
18:30 - Jantar
Dia 19/11
07:15 - Café da manhã
08:00 - Celebração Eucarística
10:00 - Lanche
10:30 - Contribuição dos Movimentos e organizações sociais da região
Provocação: Ruben Siqueira
10: 30 - Trabalho em grupo
11: 30 - Apresentação do trabalho em grupo
12:30 - Almoço
14: 00 - Perspectivas / cochicho
14: 40 - Apresentação cochicho
16:00 - Lanche de encerramento
Noite livre
Dia 20/11
07:15 - Café da Manhã
08:00 - Saída para Areia Grande