A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou carta à fundação Right Livelihood Award ratificando a indicação do nome do bispo da prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Kräutler, para o prêmio Nobel Alternativo dos Direitos Humanos. De acordo com a CNBB, a indicação é um gesto de reconhecimento à atuação “pastoral e profética” de dom Erwin “junto aos mais fracos e aos povos indígenas”.
Nascido em Koblach, na Áustria, dom Erwin, 70, veio para o Brasil em 1965 e, desde esta data, mora na Amazônia. Ordenado bispo para a Prelazia do Xingu em 1981, dom Erwin tem atuação destacada na defesa dos povos indígenas, sendo presidente do Conselho Indigenista Missionário por dois mandatos.
Dom Erwin ganhou o respeito de todo o episcopado brasileiro também por sua defesa dos direitos das comunidades tradicionais do Pará e do meio ambiente, além de denúncias contra a exploração sexual de crianças e adolescentes e da impunidade dos autores do crime que resultou no assassinato da Irmã Dorothy Stang. Atualmente tem sido uma voz forte contra a construção da usina hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu.
O prêmio
Criado em 1980 pelo escritor sueco-alemão Jakob von Uexküll, o prêmio Nobel Alternativo é conhecido também como “Prêmio da Sustentabilidade. É concedido no parlamento da Suécia e visa homenagear as personalidades que trabalham pela sustentabilidade e mudanças positivas para o planeta. Vários agraciados com o Nobel Alternativo já ganharam depois o Nobel da Paz, como é o caso da keniata Wangari Maathai, que ganhou o primeiro em 1984 e o segundo em 2004.