No dia 30 de novembro aconteceu o lançamento da publicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conflitos no Campo Brasil 2018, durante a programação da Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM), no Santuário Nossa Senhora da Paz, em Itaquera, na cidade de São Paulo. O evento teve como tema “Sínodo da Amazônia – igreja em saída”. A publicação foi lançada nacionalmente pela pastoral no mês de abril deste ano, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CPT com informações da CPT São Paulo
Imagem: CPT
Em São Paulo, participaram do evento cerca de 200 pessoas, entre elas representantes da Pastoral da Juventude, que conduziram uma mística sobre os saberes amazônicos. Em seguida, Afonso Murad, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Belo Horizonte (MG), refletiu sobre documento final do Sínodo para a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco e que ocorreu no mês de outubro no Vaticano.
Andrelina Vieira, agente da CPT, em sua fala, contextualizou como a pastoral está organizada no estado. Já padre Antônio Naves, também membro da entidade, apresentou a metodologia da publicação Conflitos no Campo Brasil, que completa 35 anos em 2020, e destacou sua importância para a luta no campo brasileiro. Naves, ao fim de sua fala, lembrou que certa vez dom Paulo Evaristo Arns citou três qualidades da Pastoral da Terra: Vocação Profética (chamado), a Cruz (Paixão e morte) e o consolo (ressurreição, paz).
Membro da coordenação nacional da CPT, Ruben Siqueira abordou os dados de conflitos no campo sobre o ano de 2018, e destacou o quão grave são esses números. No ano passado, o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino da CPT registrou, em São Paulo, 57 conflitos no campo envolvendo 25.083 pessoas. Além disso, os dados mostram que 28.548 hectares estiveram em disputa; 200 famílias foram expulsas de suas casas e mil sofreram tentativa ou ameaça de expulsão, que é quando um pistoleiro, por exemplo, busca retirar à força as pessoas de alguma localidade; 2.658 famílias foram despejadas e 1.643 sofreram algum tipo de ameaça de despejo; e foram registradas também 883 ações de pistolagem.