COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Criada em agosto de 1988, em João Pessoa (PB), a Comissão Pastoral da Terra Nordeste 2 reúne camponeses, leigos e religiosos também de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

 

(Fonte: Pedro Calvi – CDHM | Imagem: Arquivo CPT)

Naquela época, o país vivia um clima de tensão e o autoritarismo e conservadorismo chegaram a destituir a equipe da Pastoral. Mas, com a insistência popular e com a ajuda de bispos e padres ligados às questões do campo, a Pastoral ressurgiu para apoiar a luta pela terra e atuar em conflitos agrários nos quatro estados.

Para marcar os 30 anos de existência da CPT Nordeste 2, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) realiza no dia 31 de outubro (quarta-feira), às 14h, no plenário 9, uma audiência pública.

No início, a CPT Nordeste 2 atuava prioritariamente em situações de extrema violência no campo, na maioria das vezes provocada por grandes latifundiários, fazendo vítimas centenas de famílias de trabalhadores rurais pobres.

“O clima agrário era de morte, bala e violência com a recém-fundada União Democrática Ruralista, que era o braço armado do latifúndio. Porém, três décadas depois, a violência e os conflitos no campo ainda são uma realidade dramática e cotidiana para milhares de camponeses e camponesas”, informa o deputado Luiz Couto (PT/PB), presidente da CDHM e que pediu a realização da audiência pública.

Atualmente, a CPT Nordeste 2 acompanha a luta de cerca de 300 comunidades camponesas, em um total de 13.822 famílias e cerca de 69 mil pessoas em mais de cem municípios de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. São posseiros, trabalhadores rurais sem-terra, quilombolas, pescadores, assentados da Reforma Agrária, pequenos agricultores, entre tantos outros povos que vivem no campo. Porém, deste total, quase metade está sob ameaça de expulsão de suas terras.

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A comemoração dos 30 anos da Comissão Pastoral da Terra Nordeste 2 incluiu, desde o início do ano, dezenas de celebrações resgatando a memória e trajetória da instituição. A Pastoral também está preparando uma plataforma virtual com as histórias de lutas do povo do campo nessas três décadas. A iniciativa reúne textos, imagens e documentos históricos, informações sobre romarias, conflitos no campo e testemunhos de camponeses e agentes pastorais.

“Que essas memórias de um passado recente nos encham de indignação e que, a partir desse olhar para a história, possamos encontrar luzes e seguir enfrentando as violências cometidas contra as mais diversas comunidades camponesas que lutam por uma vida digna em suas terras e territórios. Os próximos períodos serão de nuvens carregadas sobre as populações do campo, com muita perda de direitos”, ressalta o padre Hermínio Canova, membro da Pastoral desde a fundação.  

Devem participar da audiência pública, os coordenadores da CPT Nordeste na Paraíba, Tânia Maria de Sousa; em Pernambuco, Jose Plácido da Silva Júnior; de Alagoas, José Carlos da Silva Lima e do Rio Grande do Norte, Antônio Nilton Bezerra Júnior. A Executiva Nacional da CPT também estará presente.

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