Apresentação do relatório de Conflitos no Campo Brasil e celebração ecumênica integram o evento comemorativo.
Para marcar os 40 anos da Comissão Pastoral da Terra – Regional Bahia, CPT–BA acontece no dia 20 de julho, uma tarde de formação e celebração. A programação começa a partir das 15 horas e vai reunir agentes da CPT, parceiros e pessoas que ao longo da história da Comissão na Bahia contribuíram para a luta por Justiça para os trabalhadores rurais. O evento será na sede da Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, na Rua da Graça, 164, Graça – Salvador.
“Foi uma caminhada de muita luta, tropeços, mas, sobretudo, pequenas e grandes vitórias. Precisamos celebrar e continuar a atuação. A terra e os trabalhadores rurais ainda demandam”, avalia Ruben Siqueira, assessor da CPT- BA e membro da coordenação executiva nacional da CPT.
A Comissão é um organismo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que estimula os trabalhadores rurais a assumirem o protagonismo das suas lutas.
Uma roda de conversa sobre a situação do campo na Bahia e no Brasil, com a apresentação dos dados do relatório “Conflito no Campo – Brasil 2015” abre as atividades do evento comemorativo. A publicação produzida pela CPT traz o panorama da questão agrária no país e dados dos conflitos e mortes por causa da terra. No ano passado, 50 pessoas foram assassinadas no campo, o maior número desde 2004 e 39% a mais do que 2014, quando foram registrados 36 assassinatos.
De acordo com o levantamento, as principais motivações para os conflitos no Brasil são a expansão da mineração, das hidrelétricas e madeireiras que exigem a construção de portos, asfaltamento e abertura de estradas e hidrovias, que valorizam as terras e por consequência aumentam e intensificam os conflitos e a concentração do latifúndio.
Na atual conjuntura do campo na Bahia, a CPT aponta as carvoarias, as monoculturas da cana de açúcar e do eucalipto, os grandes projetos de infraestrutura e a exploração de recursos naturais, além da deterioração das condições de trabalho como os maiores fatores para as injustiças vivida pelo povo do campo.
Uma celebração ecumênica para agradecer e louvar a Deus pelas conquistas colhidas ao longo destes 40 anos encerra a programação.
História
Na metade dos anos 70, em plena ditadura militar, já estavam em andamento, no Brasil, iniciativas e articulações que vinham apresentando as feições de um modelo de igreja e de presença das comunidades cristãs na realidade social, fortemente marcada pelas perspectivas abertas pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, concluído em 1965, e pela Conferência Latino-americana de Medellín celebrada em 1968.
Foi este o caldo que fez nascer a CPT Bahia. A oportunidade oficial se deu durante os trabalhos da XII Assembleia Geral Regional da CNBB Nordeste III, em Salvador- BA, de 12 a 15 de janeiro de 1976. Desde o nascimento, a Comissão se propõe a ser uma presença solidária, profética, ecumênica, fraterna e afetiva, que presta um serviço educativo e transformador junto aos povos da terra e das águas, para estimular e reforçar seu protagonismo.
Mais informações:
Assessoria da Comunicação, Fernanda Santana – (71) 3328-4672 / 9 9998-5673