COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

A premiação leva o nome do dirigente sindical João Canuto, assassinado a tiros em 1985, no Pará. Ele era perseguido, principalmente, por sua luta pela reforma agrária. O prêmio homenageia representantes de causas humanitárias. Antônio Canuto, membro fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), será um dos premiados. Confira:

 

(Fonte: Sopa Cultural)

No dia 14 de dezembro, às 19h, será realizado o Prêmio João Canuto 2015, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Rio de Janeiro. O Prêmio será entregue aos representantes de causas humanitárias que mais se destacaram em 2014 e 2015 pelas mãos dos atores e participantes do Movimento Humanos Direitos (MHuD), como Dira Paes, Camila Pitanga, Carla Marins, Cassia Kis Magro, Eduardo Tornaghi, Leonardo Vieira e Priscila Camargo.

A premiação foi criada em 2004 e acontece durante o Fórum dos Direitos Humanos, onde são discutidas iniciativas primordiais da luta pela erradicação do trabalho escravo, pela erradicação da exploração sexual infantil, em favor da demarcação das Terras Indígenas e das áreas dos quilombolas e em favor de ações socioambientais.

Os vencedores do Prêmio João Canuto são pessoas ou entidades que agem por conta própria e não possuem nenhum vínculo com o Governo. Todos contribuíram através da criação de movimentos ou de lutas pessoais com o desenvolvimento dos Direitos Humanos.

Nesse ano os premiados são:

Dalila Figueiredo (fundadora da ASBRAD, organização que atua principalmente contra a violência feminina e o tráfico humano);

Márcia Albernaz Miranda (auditora do Ministério do Trabalho do Rio, com especial atuação nos casos de chineses submetidos à máfia do trabalho escravo);

Serviço Pastoral dos Migrantes (completa 30 anos em 2015 e atua no acolhimento, inclusão e legalização dos migrantes estrangeiros);

Antônio Canuto (um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra, por toda sua trajetória ligada aos direitos humanos através de sua luta rural);

Val Schneider (empreendedor social, migrante do Ceará que criou um centro de referência à cidadania no Complexo do Alemão);

Flávio Canto (Atleta, pela criação do Instituto Reação, projeto social de inclusão social através do esporte que atua em diversas favelas cariocas);

Mãe Beata (religiosa do candomblé, referência da resistência da religião, cidadania, cultura e dignidade da população afro brasileira, com foco na defesa dos direitos das mulheres negras);

Dinael Cardoso (liderança indígena é uma das personalidades mais ativas no Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Rio Arapiuns, no Pará, que luta contra a exploração da terra por empresários, mineradoras e produtores de soja). 

O Prêmio João Canuto terá também a participação de Roberta Sá, que fará um pocket show. Ano passado os participantes foram contemplados com a música de Gilberto Gil. A apresentação será das atrizes e diretoras do MHuD, Camila Pitanga e Dira Paes.

MHuD

A entidade foi fundada após um e-mail que o ator Marcos Winter, em 5 de dezembro de 2002, enviou ao padre Ricardo Rezende Figueira. Nele, Marcos considerava que todo artista tinha uma responsabilidade social. E perguntava se não seria interessante criar uma “associação” de artistas que se envolveriam com o tema dos direitos humanos. Os artistas ofereceriam sua visibilidade na mídia em favor de pessoas e instituições que abraçassem causas justas. Dessa forma, eles fariam denúncias de violações aos direitos humanos, como o trabalho escravo contemporâneo. Buscariam apoiar causas, a partir de informações seguras, que pudessem ser acompanhadas por grupos locais.

E a ideia ganhou corpo. Em janeiro de 2003 foram realizadas as primeiras reuniões do Movimento Humanos Direitos, conhecido como MHuD.

Em 2003, na primeira reunião do MHuD, foi recordada a participação de artistas em causas do Sul do Pará desde 1991. Uma das primeiras partiu do cantor Djavan que, com Chico Buarque, Caetano Veloso, Flávio Venturini, Wagner Tiso, Lobão e outros fizeram, gratuitamente, um espetáculo no Circo Voador, em prol da luta contra a impunidade no campo, especialmente no Sul do Pará.

O espetáculo se chamou Rio Maria Canto da Terra. Ao Pará, desde então, foram diversas vezes para expressar o desejo de restabelecer a justiça no campo, os atores e atrizes: Paulo Betti, Letícia Sabatella, Ângelo Antônio, Sérgio Mamberte, Cristina Pereira, Marcos Winter, Leonardo Vieira, Camila Pitanga, Carla Marins, Otto Ferreira, Carla Marins, entre outros.  Colocaram sua visibilidade à disposição de algumas causas sociais e nesse sentido viajaram pelo país.

O Movimento Humanos Direitos tem desenvolvido uma série de atividades em prol da paz e dos direitos humanos. Ele tem um olhar especialmente voltado para os problemas do trabalho escravo, dos abusos praticados contra crianças e adolescentes, as questões dos quilombolas, do meio ambiente e dos povos indígenas.

A administração da entidade é feita através da diretora (Camila Pitanga), da diretora suplente (Dira Paes), da diretora financeira (Clarisse Sette Troisgrois), do primeiro e segundo secretários, do conselho fiscal e do conselho consultivo. E o seu funcionamento é regido por decisões em colegiado, tomadas em reuniões semanais.

João Canuto

Após várias ameaças de morte, o dirigente sindical, João Canuto, foi assassinado com 18 tiros, no dia 18 de dezembro de 1985. Ele era perseguido, principalmente, por sua luta pela reforma agrária.

O crime foi planejado por um grupo de fazendeiros do Sul do Pará, entre eles Adilson Carvalho Laranjeira, fazendeiro e prefeito de Rio Maria na ocasião do assassinato, e Vantuir Gonçalves de Paula.

O inquérito foi concluído oito anos após a ocorrência do crime. A denúncia foi feita pelo Ministério Público apenas em 1996. Um ano depois, sob ameaça da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) de condenar o governo brasileiro pela demora na apuração dos fatos, o andamento do processo foi agilizado.

Em 1999, o Brasil foi condenado pela Comissão Interamericana devido à lentidão na apuração do caso. Sob pressão de organizações de direitos humanos, em 2001 os dois acusados foram pronunciados como mandantes do assassinato.

Vale ressaltar, entretanto, que a perseguição e violência contra os trabalhadores rurais continuam na região. Cinco anos após a morte de João Canuto, três de seus filhos, Orlando, José e Paulo, foram sequestrados e dois deles foram assassinados. Orlando sobreviveu, mas ficou gravemente ferido. Expedito Ribeiro, sucessor de Canuto na presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais foi assassinado em 2 de fevereiro de 1991. Um mês depois, Carlos Cabral, sucessor de Ribeiro e genro de Canuto, foi ferido num atentado a bala.

SERVIÇO:

Data: 14 de dezembro de 2015
Hora: 19h
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Teatro II – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro 
Tel.: (21) 3808-2020
Entrada Franca

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