COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Violência contra comunidades de Fundo e Fecho de Pasto e ribeirinhos se acirra na região de Correntina desde setembro do ano passado

Setor de Comunicação da CPT
Foto: Reprodução

Na manhã desta última segunda-feira (13), moradores e moradoras de comunidades tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, ribeirinhos, agricultores e população do município de Correntina, no oeste da Bahia, realizaram um ato de protesto na BR 349, em denúncia à grilagem e ao desmatamento que provocam extrema violência na região e colocam em risco suas vidas e territórios.

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Segundo os Fecheiros, um grupo de grileiros vindos de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, se juntaram para comprar um documento antigo e fizeram uma escritura de uma área de aproximadamente 15 mil hectares, justamente sobre os territórios tradicionais de Fecho de Pasto do vale do rio Arrojado, em sua margem esquerda, entre a BR 349 e o rio, desconsiderando inclusive antigas comunidades, como Praia, Aparecida do Oeste, Bom Sucesso, Bonito, Tatu, entre outras.

A denúncia também é de que as terras griladas estão sendo divididas entre sócios, provocando a derrubada de extensas áreas de Cerrado. Toda a biodiversidade local, que abriga veredas com nascentes conservadas pelas comunidades há mais de dois séculos, está dando lugar a pastos que se tornaram monoculturas de soja e eucalipto. 

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Desde setembro do ano passado a violência se sucedeu contra comunidades na região de Correntina e Santa Maria da Vitória. Entre os relatos dos fecheiros estão ameaças de morte, disparo de tiros, abertura de trincheiras na estrada, destruição de ranchos, pontes e cercas, além de veredas queimadas, em ofensivas realizadas a mando de fazendeiros.

O acirramento desses conflitos e a falta de resposta do estado da Bahia, coloca em jogo não só a segurança física de famílias e comunidades tradicionais, como também a manutenção de seus modos de vida, cultura e tradições. Além disso, provocam a destruição de toda a biodiversidade do Cerrado, já que as comunidades utilizam o manejo tradicional para conservação das chapadas e veredas, numa das regiões mais estratégicas para a conservação das águas, pois abriga as áreas de recarga do Aquífero Urucuia e cabeceiras e nascentes dos córregos e riachos de Bonito, Caixeiro, Corredor, Cabeceira Grande, Capão Grosso, Cascavel e Porcos.

 

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