Após a publicação de portaria, no dia 1º de julho, que criava o Projeto de Assentamento (PA) Irmã Dorothy Stang, em Anapu (PA), a superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no oeste do Pará, enviou à presidência do órgão, pedido de revogação da Portaria Nº 1.319, de 28 de junho de 2022.
Mário Manzi - Assessoria de Comunicação da CPT Nacional
Foto: Arquivo -Thomas Bauer
A decisão de criação do PA, que havia sido celebrada pelos movimentos de luta pela terra na região, recebeu forte pressão dos grupos ligados ao agronegócio.
Assentados de Anapu são ameaçados por grilagem, violência e fogo
No pedido, assinado por Giuseppe Serra Seca Vieira, Diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento, consta que "a motivação para a revogação do ato, é pela necessidade de qualificar melhor o procedimento administrativo, pois ocorreu um erro de instrução por parte da Diretoria de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento."
O despacho, assinado no dia seguinte à aprovação, pede a revogação "urgente" da criação do PA.
A floresta como ameaça: Resistência dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável sob risco
Nesta terça-feira (5), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA) emitiram recomendação conjunta recomendando que o Incra não adote medidas que acarretem revogação ou invalidação da Portaria em questão.
A recomendação fixou em 10 dias a manifestação do Incra sobre a admissão ou não da recomendação "noticando-o desde já que poderão ser adotadas as medidas legais pertinentes ao resguardo dos direitos" referidos no documento.