Os regionais CPT Amazonas e Roraima publicam, após seu encontro de formação e lançamento da publicação "Conflitos no Campo Brasil 2021" , nota de repúdio às mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips.
Por Andressa Zumpano, setor de comunicação da CPT Nacional
No dia 15 de junho, mesmo dia da confirmação destes assassinatos, a Comissão Pastoral da Terra - regional Amazonas, realizou evento presencial de lançamento do relatório e destacou o aumento de grilagem de terras e conflitos no estado, também fez coro aos pedidos de justiça pelo indigenista e jornalista.
A nota destaca que os regionais Amazonas e Roraima "repudiam e condenam veementemente a morosidade na proteção dos povos da Floresta e seus defensores, que culminou com o sequestro seguido de morte de Bruno Pereira e Dom Phillips. Nos solidarizamos com seus familiares, amigos e companheiros de luta pela defesa da vida dos povos da Floresta. A expansão do capitalismo selvagem na Amazônia em 2021 com seus projetos sangrou e demarcou o seguinte cenário: 'Os dados coletados pela CPT a partir do acompanhamento das comunidades do campo das águas e das florestas, continuam refletindo este cenário. Em 2021, houve um aumento de 75% dos homicídios em comparação a 2020. Dos 35 casos registrados pela CPT em todo o Brasil, 28 ocorreram na Amazônia. Com relação aos dados parciais coletados em 2022 essa realidade se repete: 19 assassinatos, 15 deles registrados na Amazônia Legal e a maioria das vítimas, novamente, são indígenas".
Confira a nota na íntegra:
Nota de repúdio pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips
Os Regionais da CPT Amazonas e Roraima, reunidos no período 13 a 16 de junho de 2022, para formação e lançamento do Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2021, repudiam e condenam veementemente a morosidade na proteção dos povos da Floresta e seus defensores, que culminou com o sequestro seguido de morte de Bruno Pereira e Dom Phillips. Nos solidarizamos com seus familiares, amigos e companheiros de luta pela defesa da vida dos povos da Floresta.
A expansão do capitalismo selvagem na Amazônia em 2021, com seus projetos, sangrou e demarcou o seguinte cenário:
'Os dados coletados pela CPT a partir do acompanhamento das comunidades do campo das águas e das florestas, continuam refletindo este cenário. Em 2021, houve um aumento de 75% dos homicídios em comparação a 2020. Dos 35 casos registrados pela CPT em todo o Brasil, 28 ocorreram na Amazônia. Com relação aos dados parciais coletados em 2022 essa realidade se repete: 19 assassinatos, 15 deles registrados na Amazônia Legal e a maioria das vítimas, novamente, são indígenas".
Infelizmente esses dois parentes vêem integrar a lista desses vitimados (as). A impunidade na Amazônia continua matando, desmatando e contaminando nossas terras e águas. Exigimos:
Nosso direito de viver com dignidade e justiça social;
Punições aos culpados pelo assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips e tantos outros parentes que tiveram a vida ceifada;
Rigor e cumprimento da Constituição brasileira;
Reconhecimento e valorização das formas de vida, culturas e tradições de nossos povos;
Investimento na sua educação, a partir de seu modo de viver, conviver com os outros e com a natureza.
Manaus, 16/06/2022
CPT Amazonas e Roraima