Organizações e movimentos sociais realizam coletiva de imprensa na próxima quarta-feira, 17 de novembro, às 9h30, para denunciar a escalada nos conflitos agrários e assassinatos de camponeses e camponesas no estado do Maranhão. Somente em 2021, nove trabalhadores e trabalhadoras rurais foram mortos em decorrência de conflitos no campo.
Estarão presentes na mesa: Comissão Pastoral da Terra, Conferência Nacional dos Bispos, Conselho Pastoral dos Pescadores, Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão, Movimento Quilombola do Maranhão-MOQUIBOM e trabalhadores rurais, indígenas e pescadores pertencentes às comunidades impactadas pelos conflitos. A coletiva também contará com participação remota de outras organizações e movimentos sociais solidários à luta .
O grupo denuncia a omissão do Governo do Estado diante da urgência e gravidade dos casos, frente ao derramamento de sangue que atinge comunidades e territórios tradicionais encurralados pelo agronegócio e megaprojetos.
Em 7 de janeiro, o trabalhador rural Francisco Santos Silva foi assassinado no povoado Jabuti, em Parnarama. Em 18 junho, um casal de trabalhadores rurais, Maria da Luz Benício e Reginaldo Alves de Barros foi morto da comunidade de Vilela, no município de Junco do Maranhão; já no início de julho, o trabalhador rural Antônio Gonçalo Diniz, da comunidade de Flexeiras, município de Arari foi morto; em 11 de julho, foi alvejado e morto, José Francisco de Sousa Araújo, da comunidade de Volta da Palmeira, interior de Codó; em 15 de julho foi assassinada Rosa Maria Gomes, no interior de Palmeirândia e em 29 de outubro, foi assassinado João de Deus Moreira Rodrigues, no interior de Arari. No dia 12 de novembro, Maria José Rodrigues e seu filho, identificado como José do Carmo Corrêa Júnior, coletavam e quebravam coco quando tiveram suas vidas ceifadas em propriedade de pessoa de apelido Cazuza, na comunidade Bom Lugar, município de Penalva.
Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), nos últimos nove anos houve 1.685 casos de conflitos agrários, estatística que torna o Maranhão um dos estados mais violentos da Amazônia Legal, perdendo apenas para o Pará. Nos últimos 30 anos, houve mais de 140 assassinatos no campo maranhense, com menos de 5% destes casos tendo solução, segundo dados da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e Agricultores Familiares do Maranhão (FETAEMA).
A Coletiva será transmitida nos canais da Agência Tambor, CPT Nacional e demais Pastorais Sociais do Campo.
Evento: Coletiva de Imprensa: Escalada de conflitos, violência e assassinatos no campo, no Maranhão.
Local: IESMA, Rua do Rancho, 110- Centro
Dia: 17 de novembro de 2021 (quarta-feira)
Horário: 09:30 horas
Atendimento à Imprensa
Igor de Sousa / Cáritas-MA : (98) 99188-3710
Lenora Motta / CPT Maranhão: (98) 98274-1193