Evento contará com lançamento da publicação Conflitos no Campo Brasil 2018, produzido anualmente pela pastoral em âmbito nacional.
Fonte: CPT Araguaia-Tocantins
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) promove, nesta terça-feira (5), um debate sobre os as questões fundiárias no Tocantins. Na ocasião, será lançado a publicação Conflitos no Campo Brasil 2018, na Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Araguaína, a partir das 19h – a entrada é gratuita e aberta ao público.
O evento terá participação de agentes do regional Araguaia-Tocantins da CPT, do Defensor Público, Dr. Sandro Ferreira, do Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Tocantins, Dr. Wellington Magalhães, e de duas mulheres camponesas que vivem em áreas de conflitos.
O estado do Tocantins registrou 43 ocorrências de conflitos agrários em 2018, de acordo com levantamento do relatório Conflitos no Campo Brasil, da Comissão Pastoral da Terra. Os dados levam em consideração situações de disputa por terra (38 casos) e trabalho escravo (5 casos).
De acordo com o estudo, os conflitos envolveram 1.574 famílias camponesas em todo território tocantinense no ano de 2018. Desse total, destaca-se que 318 famílias foram despejadas das terras onde viviam e outras 390 permaneceram em condição vulnerável de iminente despejo.
Acesse o relatório Conflitos no Campo Brasil 2018
Trabalho Escravo e Conflitos na Amazônia Legal
No mesmo período, foram registradas cinco denúncias de trabalho escravo no estado, com a libertação de 9 trabalhadores. Os números de crime de escravidão contemporânea aparentemente vêm diminuindo, mas isso não significa que a prática não exista mais. O desmonte ocasionado pelo Governo Federal em relação aos instrumentos de fiscalização e combate ao trabalho escravo reflete o baixo número de ocorrências e libertações.
Cerca de 57% dos conflitos por terra no Brasil ocorreram na região conhecida por Amazônia Legal, composta pelo Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte dos estados do Maranhão e Mato Grosso. 1.387 famílias foram expulsas de suas casas, o que corresponde a 63,9% do total registrado no país.