COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) divulgou nota de repúdio ao laudo emitido pela Polícia Federal que atesta que o cacique Emyrá Wajãpi teria morrido em decorrência de afogamento, o que contradiz os relatos e a denúncia do povo Wajãpi, de que o cacique de 68 anos teria sido morto a facada.

Nota de repúdio ao laudo preliminar da PF sobre o assassinato de cacique Wajãpi

É com completa indignação que recebemos a notícia do laudo da Polícia Federal sobre a morte do cacique Emyrá Wajãpi, no qual o órgão nega os indícios de assassinato e afirma que o exame sugere fortemente a ocorrência de afogamento.

Em comunicado, a PF explicou que “apesar das informações iniciais darem conta de invasão de garimpeiros na terra indígena e sugerirem possível confronto com os índios, que teria ocasionado a morte da liderança indígena, o laudo necroscópico não apontou tais circunstâncias”.

Um verdadeiro absurdo! Este laudo contradiz o testemunho de indígenas que lá estavam corroborados pela APINA – Conselho das Aldeias Wajãpi, além do relato da prefeita de Pedra Branca, do comandante da PM, coronel Paulo Mathias, e de outras autoridades que acompanharam de perto caso e que afirmam que haviam sim indícios claro de que um assassinato foi cometido!

Além disso, um garimpeiro foi preso do dia 08 de agosto na Reserva Extrativista Brilho de Fogo, em Pedra Branca do Amapari, a oeste da Terra Indígena Waiãpi. Com ele, foram apreendidas duas espingardas calibres 12 e 20, além de mantimentos e farta munição, conforme já havia sido denunciado sucessivas vezes pela APINA há semanas!

Uma autoridade local, que prefere não ser identificada, informou inclusive que a autópsia foi feita apenas com um pedaço do corpo do cacique assassinado, sem nenhum rigor, mesmo diante da autorização do povo Wajãpi, que em prol da verdade, passaram por cima de suas crenças e autorizaram a exumação do corpo.

Ou seja, a perícia foi encaminhada de forma duvidosa e tem como objetivo descredibilizar a palavra dos indígenas e também encerrar as investigações, como já vem sendo tentado por autoridades, imprensa local, e especialmente, pelo Governo Federal interessados na exploração das terras Wajãpi.

Diante disso, repudiamos mais uma tentativa de descredibilizar a palavra do povo Wajãpi e denunciamos o descaso da Polícia Federal, comandada por um Governo Federal anti-indígena, para com o caso. Exigimos que providências sejam tomadas. Que as investigações sejam realizadas de maneira séria e responsável para que uma guerra e mais derramamento de sangue seja evitado.

Nenhuma gota a mais!

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