COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

No local já houve um enfrentamento em julho desse ano, que vitimou dois posseiros e um policial militar e pistoleiros continuam ameaçando famílias nas redondezas.

(CPT Rondônia) 

A Comissão Pastoral da Terra de Rondônia tem recebido denúncias reiteradas de que um grupo de jagunços sediados na Fazenda de Jorge Bispo está circulando na região ameaçando vizinhos, que não tem nada a ver com o conflito existente no km 42 da Linha 29 B, entre o Distrito de Bandeirantes (Porto Velho) e o Distrito de Nova Dimensão (Nova Mamoré). 

No local ninguém quer falar deste assunto com medo de retaliações, porém é de conhecimento público que homens procedentes da fazenda estão com frequência exibindo armas pesadas, passando em frente às casas dos pequenos proprietários, vizinhos da terra grilada por Jorge Bispo. Eles passam gritando, atirando para cima e em direção aos animais, espantando o gado nos currais, embriagados, gritando que têm autorização para matar, que são ex-presidiários e não tem medo de nada, nem de matar ninguém. 

À frente do grupo está um jagunço, que dizem já ter destruído e incendiado casas de posseiros, e que ameaça poder matar também aqueles que os apoiam. Todo mundo está amedrontado. Os pistoleiros ainda costumam utilizar impunemente uma moto que foi roubada do grupo de posseiros.  

LEIA TAMBÉM: Nota de repúdio da CPT Rondônia em relação às mortes em Nova Mamoré (RO) 

Entenda o conflito 

Segundo a versão dos membros do Acampamento Dois Amigos, as famílias de agricultores foram chamadas pelo próprio Jorge Bispo em 2016 para ocupar cento e vinte lotes, para justificar um projeto de manejo florestal de madeira, aprovado pela SEDAM, com promessas de que os lotes ficariam para os posseiros. Os mesmos começaram a abrir as áreas para trabalhar, construíram casas e se estabeleceram, porém houve desacordos com os madeireiros, e o grileiro começou a pressionar para receber a terra de volta, depois que os lotes já estavam formados. Para isso, Bispo começou a chamar a polícia, bater em trabalhadores e usava até mesmo um drone para filmar as pessoas e a situação da área. Muitas famílias já tinham casa e trabalhavam em seus lotes. Porém todos foram expulsos e proibidos de entrar nas áreas, após três anos de investimentos e de serviço. Há suspeitas, inclusive, de que um despejo realizado na área foi irregular. A ordem de reintegração de posse emitida pela justiça seria, na realidade, para outra área, próxima ao Rio Mutum.                  

No dia 25 de julho deste ano, um conflito resultou na morte de dois jovens, TIAGO CAMPIN DOS SANTOS e ADEMAR FERREIRA, e de um policial de Guajará Mirim, JOÃO BATISTA DA COSTA FILHO. Outro posseiro ficou ferido.

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