Famílias Sem Terra de dois acampamentos na região oeste catarinense, que estavam alojadas em ginásio de esportes após despejos, foram realocadas provisoriamente a uma área com aproximadamente dois hectares e exigem dos poderes públicos uma solução à demanda por terra, com uma infraestrutura mínima no acampamento e agilidade no processo de assentamento, já que a área ocupada é de propriedade do Incra.
(Fonte/Foto: MST).
O ano de 2018 inicia com luta em Santa Catarina, e nesta quarta (3), as famílias dos acampamentos Marcelino Chiarello e Egídio Brunetto constroem seus novos barracos. Há mais de um mês, o Estado despejou as famílias do Chiarello de uma área do Incra e deixou as famílias desassistidas. Já as famílias do Egídio formaram o acampamento há 8 meses e até momento não têm perspectiva, pois a justiça agrária de Santa Catarina cobra das famílias prazo pra que saiam da área, mas não avalia as irregularidades denunciadas, nem cumpre a legislação que condiciona as terras à Reforma Agrária.
No dia 29 de novembro, a juíza federal Heloisa Menegitto Prozenato ordenou o despejo das famílias do acampamento Marcelino Chiarello, localizado em Faxinal dos Guedes. No mesmo dia, a polícia cumpriu a ordem de maneira violenta. A mesma juíza notificou o Incra em dezembro para que disponibilizasse uma área para alocar as famílias temporariamente. O Incra teria 24h para se manifestar e não o fez.
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No dia 12 dezembro, o MST se reuniu com o governador Raimundo Colombo, que se comprometeu a auxiliar com alimentação, apoio logístico e de infraestrutura, além do ressarcimento dos prejuízos com a produção destruída. Para isso, foi feita uma proposta de parceria com a prefeitura, que até o momento não foi aceita.
Frente a essa realidade e inconformadas com o fato de continuarem vivendo num ginásio de esportes, as famílias decidiram se mudar provisoriamente para uma área com menos de dois hectares, localizada na linha Três Pinheiros, em Faxinal dos Guedes. As famílias cobram dos poderes públicos que assistam as famílias em relação à demanda de uma infraestrutura mínima no acampamento; além de exigir que o Incra agilize o processo de assentamento, já que a área ocupada é de propriedade do instituto.