COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

As 170 famílias de trabalhadores rurais sem terra que lutam para construir um assentamento na área da Fazenda Cambará, no município de Santa Luzia do Pará, têm sofrido uma série de incursões clandestinas e ilegais de policiais civis e militares e de um grupo de oito pistoleiros que se abrigam na fazenda.


O MST do Pará denuncia a ação arbitrária da Polícia Militar e Polícia Civil do município de Santa Luzia do Pará, a cerca de 200 km de Belém.

A Fazenda Cambará fica localizada a 40 km de Santa Luzia do Pará e pertence à Gleba Pau de Remo. Trata-se de uma área pertencente à União, apropriada de forma ilícita por fazendeiros.

O atual posseiro das terras chama-se Josué Bengstson ex-deputado federal, envolvido na “Máfia dos Sanguessugas” ou “Máfia das Ambulâncias”. Foi na Fazenda Cambará que o lendário Justiceiro Quintino Lira iniciou sua luta em defesa dos trabalhadores rurais e contra os latifundiários do estado.

Atualmente 170 famílias de trabalhadores rurais sem terra lutam para construir um assentamento na área e têm sofrido uma série de incursões clandestinas e ilegais de policiais civis e militares e de um grupo de oito pistoleiros que se abrigam na fazenda.

Ações como espancamento, humilhações no ramal do Pirucal que dá acesso ao acampamento são cotidianas contra as famílias sem terras, sem contar as ameaças de morte sofridas por oito lideranças locais.

Os trabalhadores Sem Terra já fizeram várias denúncias na delegacia de Santa Luzia do Pará, sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelas autoridades policiais. Como resultado já foi aberto inquérito por crime ambiental contra os trabalhadores.

O Incra já foi comunicado da reivindicação de desapropriação da terra, mas não tem dialogado com os trabalhadores.

O clima na região é muito tenso principalmente após atentado a tiros sofridos pelos trabalhadores em seu acampamento no último dia 7, às 00h12.

Os trabalhadores, mulheres grávidas e as crianças temem pelo pior se permanecerem as arbitrariedades da polícia de Santa Luzia do Pará e o descaso das autoridades policiais.

Fonte: Página do MST

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