COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Entre as reivindicações das comunidades estão o acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente, saneamento básico, energia elétrica e outros serviços públicos.

Via CPT-MG

Hoje, dia 13 de setembro de 2021, cerca de 50 moradoras e moradores das comunidades Cachoeira do Choro e Fazendinhas do Paraopeba realizam protesto na prefeitura do município de Curvelo, em Minas Gerais. As comunidades, localizadas nas margens do Rio Paraopeba, foram de forma muito violenta atingidas pelo crime/tragédia da mineradora Vale S/A em conluio com o Estado. Questões como acesso a água, saúde e outros serviços públicos, estão seriamente agravados após o crime da mineradora. A contaminação do rio Paraopeba pelo rompimento da barragem de rejeitos causou danos gigantescos às comunidades, que tem seu modo de vida ligado ao rio.

Indignadas com tanto desrespeito e sofrimento, as comunidades denunciam publicamente os crimes, querem uma audiência com o prefeito e ainda irão entregar ofícios à prefeitura municipal de Curvelo, COPASA, Secretaria de Saúde e CEMIG. No final da tarde irão levar as denúncias na sessão na câmara dos Vereadores. A falta de acesso à água pelas comunidades, segundo os manifestantes, é extremamente grave. São várias violações de direitos fundamentais de grupos atingidos pelo crime da Vale desconsiderados nos acordos.

Os acordos entre Vale e órgãos do Estado, e agora o recente acordo entre Assembleia Legislativa e Governo Zema – todos sem a participação popular –, não trouxeram nenhuma melhoria para as famílias que vivem nestas localidades. Ao contrário, mais insegurança e sentimento de desrespeito aos atingidos/as.

O governo de Minas Gerais construiu um arranjo político institucional que “legalizou” o uso de 11 bilhões de reais do valor total do acordo injusto entre Vale, Governo de Minas, MPE, MPF e DPE. Entre a Assembleia Legislativa e o Governador de MG, Romeu Zema, um acordo para “distribuir” a todos os municípios de Minas 1,5 bilhões de reais. No dia 30 de agosto último (2021), o governador Zema assinou a ordem de pagamento da primeira parcela.

No caso do município de Curvelo, a prefeitura não fez nenhum tipo de diálogo com as comunidades para a aplicação do dinheiro. Nesse sentido, a população luta para garantir alguma melhora. Muitos oportunistas em Minas Gerais, liderados pelo Governador Zema, querem capitalizar eleitoralmente a partir do sofrimento dos milhares de vítimas deste cruel e brutal crime da Vale em conluio com o Estado. 

As comunidades reivindicam acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente, melhorias na saúde, na infraestrutura de estradas e energia elétrica, transporte, coleta de lixo, regularização fundiária, obras de saneamento básico e projetos de turismo e economia solidária, além de melhorias na educação.

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