Na atividade, camponesas compartilham seus desafios e resistências no enfrentamento às violações de direitos que não entraram em quarentena
A Rede de Proteção às Mulheres Camponesas Flores de Sucupira, convida todas e todos para acompanhar a live Mulheres de fibra: desafios e resistências das camponesas em conflitos com o agronegócio, no dia 11 de março, às 19h, horário de Brasília.
Nessa roda de conversa virtual, participam as camponesas Dona Raimunda dos Santos, matriarca da comunidade Gleba Tauá, Barra do Ouro/TO e Eulina Silva, do acampamento Gabriel Filho, Palmeirante/TO, com as debatedoras Sariza Caetano, professora historiadora do PPGCult/UFNT e Grazielly Germano, psicóloga e tem mediação de Valéria Santos, agente da Comissão Pastoral da Terra.
A história das mulheres é a história de luta por direitos e afirmação da sua identidade. Denunciamos o sistema capitalista, patriarcal e racista, raiz de todas as formas de violências. Lutamos por um projeto de autonomia e da restauração do tecido social comunitário, constantemente atacado e violentado pelo colonialismo, com imposições de ideias e de desenvolvimento de políticas que destroem a vida das mulheres nos territórios. O projeto proposto pela classe dominante e de governo no Brasil, o do agronegócio, impacta diretamente nas vidas das mulheres do campo, da floresta e das águas, assim como das mulheres da cidade. São tentativas de nos invisibilizar provocando diversos tipos de violências e variadas formas de desafios para a superação.
O Caderno de Conflitos organizado pela CPT mostra que em 2018, duas mulheres foram assassinadas em decorrência de conflitos agrários, 36 receberam ameaças de morte, seis sofreram tentativas de assassinato, duas foram torturadas e 400 foram detidas apenas por defenderem seus direitos, num total de 482 vítimas de violência que registraram denúncia.
A violência tem nos afetado e desafiado a desenvolver práticas com estratégias e ações para intensificar relações que nos possibilitem organizações sociais priorizando a cultura da igualdade, do respeito às diferenças e, sobretudo, alcançar nosso lugar de direito na sociedade. Nesse sentido, romper o silêncio em defesa da vida, da liberdade de expressão e dos direitos sociais, políticos, econômicos e culturais tem sido a grande plataforma dos coletivos de mulheres em todo o mundo.
A Rede de Proteção Mulheres Camponesas Flores de Sucupira propõem uma programação com debates trazidos por mulheres que sofrem vários tipos de violências, entre elas, os impactos dos desmatamentos, grilagens de terras, despejos e violação dos direitos humanos por viverem em áreas de conflitos com o agronegócio e grandes projetos de ferrovia e hidrelétrica.
A Semana da Mulher é uma ação da Rede de Proteção Flores de Sucupira, composta por mulheres das comunidades, Núcleo de Agroecologia Neuza/UFNT e Grupo de Cartografia Social/UFNT.
Acompanhe a transmissão pelo canal no YouTube da NEUZA/UFNT e pela página no facebook da Comissão Pastoral da Terra - Araguaia Tocantins