Realizado na Colômbia, país que sedia a próxima edição do Fórum, encontro reuniu representantes de CPT, Asociación Minga, Censat Agua Viva, Grupo Comunicarte, Onic e Gobierno Mayor
Texto e fotos por Mário Manzi - Assessoria de Comunicação da CPT
A realização do IX Fórum Social Panamazônico (Fospa), em Mocoa, Colômbia, entre os dias 22 e 25 de março já movimenta os atores sociais envolvidos com a iniciativa, que tem realizado encontro prévios, em uma programação que antecede os dias do Fórum.
Nos dias 12 e 13 de dezembro a coordenação da Articulação das CPT’s da Amazônia reuniu-se aos parceiros colombianos para discutir pontos acerca do evento, bem como para tratar do lançamento do Atlas de Conflitos Socioterritoriais na Pan Amazônia, a ser realizado durante o Fospa 2020.
No primeiro dia do encontro, em Bogotá, estiveram presentes representantes da Asociación Minga - que sediou a reunião -, Organización Nacional Indígena de Colombia (Onic); Censat Agua Viva e Grupo Comunicarte.
As discussões trataram também da conjuntura social em Colômbia e Brasil, com enfoque específico na Amazônia, seus conflitos e ameaças; o momento político de mobilizações na Colômbia, em questionamento às reformas nos sistemas tributário, previdenciário e trabalhista.
Em um segundo momento a reunião dedicou-se à organização do Fospa 2020, que será dividido em três eixos programáticos: Povos e Culturas em Identidade Amazônica; Territórios e Caminhos de Vida; Autonomias e Governo Comunitário.
Atlas
Organizado pela Articulação das CPT’s da Amazônia, o Atlas de Conflitos Socioterritoriais na Pan Amazônia reúne dados relativos aos anos 2017 e 2018 de Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru, cobrindo uma área de 86% de toda a Pan Amazônia.
O processo de sistematização dos dados é realizado pela CPT em conjunto com Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Terra e Território na Amazônia (Gruter); a assessora Maria José Santos, professora doutora da Universidade Estadual de Roraima (URR); e a equipe da CPT Regional Amapá. Participam do processo de organização Asociación Minga e Universidad de La Amazonia, de Colômbia; Federación Nacional de Mujeres Campesinas Bartolina Sisa, de Bolívia; e Instituto del Bien Común, de Peru.
À ocasião das reuniões foram tratadas questões relativas à estrutura do Atlas, casos emblemáticos, finalização do material cartográfico, contextualização dos dados, impressão, logística de tradução e distribuição e metodologia da publicação.
O lançamento está programado para ocorrer no primeiro dia do Fórum, no espaço denominado de Grande Maloca. Também foram tratados pontos sobre materiais de divulgação suplementares.
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Comunicação
Comunicadores de algumas das organizações que compõem o Fospa também estiveram reunidos para debater o planejamento de Comunicação do Fórum e do lançamento do Atlas. Na reunião estiveram presentes comunicadores da Asociación Minga, CPT, Grupo Comunicarte e Autoridades Tradicionales Gobierno Mayor.
Foram apresentados os materiais gráficos, entre eles o Cartaz Oficial, divulgado no dia 5 de dezembro. A imagem foi escolhida pelos muralistas colombianos Guache Angie Vanessita e Valentina Dela Calle, no “Concurso Ilustra la Amazonía!” e foi produzida por Caldera Gráfica Crew e por Coordinadora Departamental de Organizaciones Sociales, Ambientales y Campesinas del Caquetá (Coordosac).
O cartaz compõe o Kit de Comunicação do Fospa 2020 que está disponibilizado em Francês, Espanhol e Português, junto do banner oficial e da apresentação da edição do Fórum. Os materiais estão disponíveis no site do Fospa. No portal também podem ser acessadas informações gerais sobre o Fórum, como chegar a Mocoa e informações de hospedagem na cidade. As redes sociais do Fórum também são alimentadas constantemente, as contas oficiais estão no Facebook, Twitter e YouTube.
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Mocoa
São esperadas cerca de 1500 pessoas durante a programação do Fospa 2020, que será realizado na cidade de Mocoa, capital do departamento de Putumayo. Mocoa está localizada na região de Floresta Amazônica colombiana e foi palco, em 2017, de um grande deslizamento de terra causada pelas chuvas que transbordaram o Rio Mocoa e seus afluentes Sangoyaco e Mulatos, entre os dias 31 de março e 1º de abril daquele ano. A tragédia vitimou 254 pessoas.