O Rio Acre, em Rio Branco (AC), continua subindo em média um centímetro por hora. Às 23h de segunda-feira (2) o manancial atingia 18 metros e, às 8h, desta terça-feira (3) marcava 18,09 metros. Pelo menos 17 abrigos foram montados na cidade para receber as quase 7 mil pessoas desabrigadas pela enchente. A cheia afeta diretamente 71 mil pessoas na capital, dentre elas muitas crianças e idosos.
(Darlene Braga – Articulação das CPT’s da Amazônia)
O governador disse que quando as águas do rio atingirem a cota de 18,20 cm, a captação de agua ficará impossível. Caso isso aconteça, a capital Rio Branco poderá ficar sem água potável.
A situação de calamidade pública foi decretada no domingo (1), pelo prefeito Marcus Alexandre. Em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, o prefeito enfatizou que Rio Branco vive a maior tragédia natural em 132 anos de existência.
Das cidades mais críticas Xapuri, terra de Chico Mendes, é a principal, com 18,28 metros, mais de cinco metros acima da cota de transbordamento. Xapuri é o município que faz fronteira com o Peru onde nasce o rio Acre.
Em Tarauacá, onde a situação era bem crítica, o nível do rio tem se normalizado, registrando na manhã do último sábado 9,10 metros, abaixo da cota de transbordamento.
Em Brasileia, o Rio Acre continua apresentando vazante. “Lá a situação é preocupante, porque, apesar de não haver risco de nova enchente, a cidade está muito devastada, e o risco de doenças e desbarrancamento existe”, alerta o capitão Falcão, assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros. Até a última sexta-feira a cidade estava completamente isolada, sem água tratada, alimentos, sem energia e sem comunicação (telefone e internet).
O governo não admite, mas, o rio enche nas cidades onde está o maior índice de desmatamento.