No documento, o regional da CPT repudia a decisão da Câmara Municipal de Campina Grande (PB) de homenagear um dos acusados de envolvimento no assassinato da sindicalista Margarida Alves, José Buarque de Gusmão Neto, Zito Buarque, colocando o seu nome em uma das novas ruas da cidade.
A Comissão Pastoral da Terra Nordeste 2 (CPT NE2) repudia a decisão da Câmara Municipal de Campina Grande (PB) de homenagear José Buarque de Gusmão Neto, Zito Buarque, colocando o seu nome em uma das novas ruas da cidade. A Lei nº 183 de 2022 tem autoria do vereador Waldeny Santana (União Brasil) e foi aprovada na semana passada, por 15 votos a favor e um único voto contra - voto da vereadora Jô Oliveira (PCdoB).
Zito Buarque esteve envolvido em diversas denúncias por sua ligação com a exploração do trabalho e a violência no campo no estado da Paraíba. Zito também ficou conhecido pela acusação de envolvimento no assassinato da líder sindical e trabalhadora rural Margarida Maria Alves, em 1983. Embora tenha sido absolvido pela justiça, a homenagem feita pela Câmara Municipal de Campina Grande ao empresário representa um ataque à luta dos povos do campo e aos direitos humanos.
A Câmara Municipal de Campina Grande corrompe a história quando exalta latifundiários ligados à exploração e opressão do povo do campo em vez de prestar homenagens às vítimas dos conflitos agrários e de cobrar justiça para Margarida Maria Alves, vítima de um crime que continua impune mesmo após 39 anos. Lamentamos a perversão da memória e da mensagem do evangelho. Não podemos permitir tamanha perversão da história, pela memória de Margarida e de tantas(os) outras(os) mártires que tiveram suas vidas ceifadas na luta por justiça, terra e pão.
“É melhor morrer na luta do que morrer de fome!"
Margarida Maria Alves, presente!